Não se fazem revoluções de uma hora para outra. Seria melhor dizer: não se vence. Estamos falando de uma óbvia que se deveria de uma vez por todas iniciar, de forma planejada, geral e irrestrita. A revolução pela educação. Que, ao que tudo indica, só não é propagada, o que já seria um bom começo, por falta de vontade política e por uma inversão de valores.
O que se vê são ações isoladas. Mais fortes e consistentes em algumas localidades neste imenso país, tanto por iniciativas privadas quanto públicas em centros maiores, quanto menores. Mas diante dos imensos desafios, necessidades e carências deste Brasil em desenvolvimento, são poucas e insuficientes.
Não estamos falando apenas da necessidade de um ensino de mais qualidade em disciplinas básicas como linguagem, matemática, ciências, história, desde a base até o ensino avançado, mas também de implantar uma metodologia de ensino que priorize valores perenes capazes de forjar cidadãos capazes de compreender como se promove desenvolvimento de uma sociedade responsável e ética.
No dia a dia nos deparamos com governantes geralmente bem cotados diante da opinião pública, principalmente por conta de um jogo esperto que oferece pão e circo o que garante sustentabilidade no poder, sem foco em investimentos de médio e longo prazo em obras de infraestrutura necessárias para um crescimento seguro. Para comprovar esta precariedade, basta estar atento aos noticiários diários, que denunciam o caos nos aeroportos, nas estradas mal conservadas, na falta de alternativas nos transportes, nas filas dos hospitais, nas cadeias lotadas, nos altos tributos, na burocracia, na violência crescente nas ruas, escolas. Grande parte deste engessamento é por falta de competência ou o que é pior descaso consciente. Ocorre que boa parte da população brasileira trabalha incansavelmente para um sistema exaurido e ultrapassado que se mantém no topo enquanto há na base uma grande multidão que vive um futuro incerto, se a gente entrar no campo da previdência ou do crédito.
A nossa vantagem é que somos um país de extraordinários recursos naturais, temos um povo que se fortalece na miscigenação, mas não podemos ficar deitados em berço esplêndido. E, não há outro caminho senão pela educação, ferramenta capaz de dar liberdade e autonomia para cada cidadão.