Dados estatísticos confirmam que no último ano, 2010, o Brasil registrou um fato histórico, quando, em números ou quantidade, a população urbana superou a rural. É fruto de um prolongado processo conhecido como “êxodo rural”, que há várias décadas vem provocando as migrações internas.
Sem querer aprofundar, em detalhes, a análise ou reflexão sobre as causas que vêm promovendo esta “transferência” da população do campo para a cidade, não podemos deixar de mencionar uma ou outra razão como, por exemplo, a pouca valorização, principalmente, do pequeno produtor, da agricultura familiar, a falta de garantias, tanto no que se relaciona às formas de produção quanto na comercialização dos produtos, problemas relacionados à assistência à saúde, dificuldades no campo da educação, pois a maioria dos jovens precisa sair de seu meio, em busca de oportunidades para frequentar colégios, na busca de melhores perspectivas futuras.
Voltando ao significado ou ao intuito do título deste comentário, quero também fazer uma referência a manifestações do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que esteve em Encantado, na semana passada, dentro da programação da Suinofest. Lembro que o palestrante é um defensor do cooperativismo e profundo conhecedor do agronegócio mundial, sendo coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, órgão conceituado e que dispensa maiores comentários.
Segundo o ex-ministro, a agricultura brasileira está diante do grande desafio de produzir mais alimentos, tendo cada vez menos pessoas envolvidas no processo de produção, como vimos e como sentimos, com o crescente esvaziamento do meio rural. Ele projeta que nos próximos 10 anos o país terá que expandir, crescer em 40% a sua produção de alimentos, para poder atender à demanda, também crescente.
Não é uma meta fácil de ser cumprida, embora as novas tecnologias disponíveis e utilizadas, somadas a uma cada vez maior profissionalização do produtor, revelem rendimentos e produtividade expressiva.
Como cooperativista, Rodrigues afirma que “a única saída para o pequeno produtor rural aqui e em qualquer lugar do mundo é a associação em cooperativas. Assim ele tem serviços prestados, com acesso à compra de tecnologia de ponta, conseguindo agregar valor à sua produção, através do processo industrial, que em conjunto se realiza”.
Dedicação ao trabalho e vibração no esporte
A comunidade do Passo do Corvo caracteriza-se por sua dedicação ao trabalho e especialmente à produção agropecuária. Os moradores são um exemplo de bravura e de superação, por acreditarem naquilo que sabem fazer.
Esta energia e vibração chegou ao esporte e no último domingo, o “Passo” conquistou o seu maior título na modalidade de futebol de campo, tornando-se campeão deste ano.
Os valorosos e já reconhecidos produtores rurais merecem esta alegria, contagiante, proporcionada pelo esporte coletivo. O título unirá ainda mais a exemplar comunidade, que igualmente revela novos “táticos” ou referências do futebol, como o Elton (Pantera), Mateus Kortz, André Rosenbach e um elenco muito unido. Parabéns também ao Guarani, que valorizou a conquista do grande campeão.
Para refletir
“… Quem tem dinheiro compra as licenças ambientais…” Não necessariamente nestes termos, mas algo parecido foi dito na última sessão da Câmara de Vereadores, por um de seus integrantes.