Nesta semana entrevistamos para o programa Bom Dia Vale, na rádio Integração FM de Marques de Souza, a professora Rosemere Rupenthal, que atua como diretora da Escola Municipal Arlindo Back de Forqueta, Arroio do Meio. O assunto em pauta não poderia ser outro: a rota turística Caminhos da Forqueta. Quem nunca ouviu falar da igreja de pedra, que se avista da BR-386, do outro lado do rio? Ou da encenação da paixão de Cristo ou ainda do Camping do Ereneu? São apenas alguns dos atrativos desta bela comunidade que agora resolve, organizadamente, trabalhar turisticamente este e outros tantos atrativos, como o alambique, padarias, agroindústria, floricultura, hortas orgânicas e artesanato. Pois como nos afirmou a educadora, com a proteção de São Vendelino, a propósito sua estátua é outra atração, a comunidade resolveu arregaçar as mangas e com apoio da iniciativa privada e poder público lançar o projeto que tem como objetivos, além de atrair turistas, evitar o êxodo rural. Acreditam que se a comunidade se organizar e crer na iniciativa muitos jovens permanecerão na localidade. E o mais importante neste momento da largada do projeto é que começam pela capacitação da comunidade. Os alunos têm à disposição aulas de turismo, no turno oposto em que frequentam a escola. E como isso é importantíssimo. Se a comunidade não estiver preparada para o turismo, de nada adiantam folderes e divulgação na imprensa. Já vi casos bem perto daqui, onde os moradores fechavam portas e janelas de suas residências quando da chegada de um grupo de visitantes. Divulgaram a localidade, porém, esqueceram de avisar os nativos.
Portanto, Forqueta começa pelo ponto principal. A professora Rosemere está surpresa com o envolvimento da população. Num período em meio a tantas notícias ruins, Forqueta dá o exemplo de organização. De parabéns a comunidade. Que outras espelhem-se nesta iniciativa.
Aproveito para divulgar alguns dados colhidos junto ao professor e pesquisador da história da localidade, Paulo Alécio Weizenmann. Segundo distrito de Arroio do Meio, com cerca de mil habitantes, a localidade está situada a 11 quilômetros com acesso por rodovia asfaltada. A colonização iniciou a partir de 1865, quando chegaram os primeiros imigrantes alemães. Os pioneiros foram Mathias Weizzemann, seu bisavô, vindo de São José do Hortêncio, juntamente com outras famílias, como Kirch, Lochscheneider, Klauch e Hofmeister. “Foi um início muito difícil, pois chegaram aqui a cavalo”, relata. Logo fundaram um pequeno núcleo colonial abrindo picadas e estradas e construindo pontilhões além, é claro, da escola e igreja. “É uma das características do imigrante, se alicerçar na religião e escola, não esperando por soluções advindas de governantes”, afirma. Surgiam nesta época as comunidades católica, alguns integrantes vieram de São Vendelino, por isso é o padroeiro da comunidade, sendo lembrado com uma estátua ao lado da igreja. Em 1880 surgia a igreja luterana. A promissora comunidade teve um comércio muito representativo composto por pequenas casas comerciais, ferraria, cervejaria e até um hospital que foi inaugurado em 1927 e pertencia a um médico nascido na Alemanha.
Desde o início, a agricultura sempre foi o ponto forte da economia local. Das terras cultivadas a arado e juntas de bois, hoje os produtores rurais investem em aviários, suínos e gado leiteiro. A origem da denominação da localidade tem várias versões, conforme Paulo Alécio. Uma delas é de que Forqueta seria uma variante de Forquilha, em função do encontro dos rios Fão e Forqueta em Barra do Fão. Outra é de que o nome teria origem já em 1670, pois os jesuítas das missões do Rio Grande do Sul teriam a intenção de construir um forte na região.