A avaliação total dos danos ainda inclui: avarias em 250 residências e destruição de três casas, num valor estimado em R$ 750 mil; perdas de R$ 959 mil na agricultura; paralisação de 50 estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços atingidos pela cheia e pelo apagão de energia gerando aproximadamente R$ 2 milhões em prejuízos econômicos; interrupção no abastecimento de água potável para 4,8 mil clientes da Corsan, em decorrência da falta de energia para o funcionamento das bombas e do alto nível de vazão por causa da limpeza no dia seguinte; e danos ambientais.
Este relatório será encaminhado à Defesa Civil, que por sua vez irá vistoriar os locais, homologando ou não o estado de emergência. O prazo para homologação é de 90 dias. “Ainda não sabemos qual auxílio será repassado pela Defesa Civil. O que se sabe é que os recursos virão para melhorias de todo um contexto e não individualizadas”, esclarece o secretário do Planejamento Henrique Meneghini.
A situação de emergência, em consequência das proporções da cheia, foi decretada ainda na sexta-feira, dia 22, pelo prefeito Sidnei Eckert. Desde a madrugada da última quinta-feira, dia 21, as secretaria de Obras e Serviços Urbanos trabalham no atendimento às vítimas da cheia e na organização e limpeza do município que foi tomado por uma das maiores enchentes da última década.
Segundo o coordenador do Departamento de Serviços Urbanos, Lauri Gasparoto, o alerta à comunidade iniciou na primeira hora de quinta-feira, quando a equipe que controlava o nível do rio percebeu a necessidade de remover as famílias o mais rápido possível. O alerta foi feito através de telefonemas e aviso nas casas para agilizar a organização dos pertences. “Acompanhamos o avanço da cheia e percebemos a necessidade de acordar as famílias durante a madrugada, para garantir a segurança de todos”, explica Gasparoto. Em seguida iniciaram os serviços de remoção das famílias, encaminhadas para abrigos improvisados em ginásios do município e casas de familiares.
Gasparoto afirma que assim que o rio recuou e voltou ao seu nível, na sexta-feira, 22, imediatamente começaram os serviços de limpeza das ruas e recolhimento de entulhos, com o objetivo de tentar normalizar a rotina de todos, dentro do possível. Além disso, as equipes trabalharam durante todo o final de semana, garantindo o retorno das famílias aos seus lares.
O prefeito Sidnei Eckert, em nome da Administração Municipal, pede a paciência e a colaboração da comunidade em geral, tendo em vista que alguns serviços particulares e de recuperação de estradas tiveram que ser adiados em função dos transtornos das cheias. Nos próximos dias, devem ser finalizados os serviços de limpeza das ruas e recolhimento de entulhos. Eckert agradece de forma especial a todos os voluntários da comunidade, autônomos, empresas e Prefeitura de Travesseiro, que de alguma forma colaboraram para agilizar os serviços e minimizar o sofrimento das famílias afetadas pela cheia.
Perdas de R$ 959 mil na agricultura
- – 600 hectares de pastagem
- – 40 hectares de trigo
- – 20 hectares de canola
- – 50 hectares de milho
- – 20 hectares de cana-de-açúcar
- – 20% do leite (em consequência da falta de pastagem)
- – 10 toneladas de peixes
Vítimas recebem cestas básicas
Até a quarta-feira, 283 cestas básicas foram distribuídas pelo Centro de Referência Assistência Social (Cras). O Cras também cadastrou os pedidos das vítimas da enchente, que carecem de cobertores, colchões, roupas e produtos de limpeza. “Infelizmente os donativos encaminhados pela Defesa Civil não foram suficientes”, revelam as assistentes sociais, Fernanda Lansini Jachetti e Renata Dalpasquale, que avisaram: “novas remessas de donativos estão por vir ainda durante o final de semana”.
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