Os primeiros certificados de propriedades livres da brucelose e tuberculose no município de Nova Bréscia foram entregues na segunda-feira. Diversas autoridades regionais, estaduais e federais participaram do ato organizado pelo secretário da Agricultura, Antônio Simonetti, e coordenador do programa de sanidade animal na região do Vale do Taquari, Oreno Ardêmio Heineck. Foram 80 propriedades oficialmente certificadas livres das doenças e mais 35 no município vizinho de Coqueiro Baixo, totalizando na comarca mais de 150 propriedades até o momento.
O projeto piloto de Arroio do Meio, iniciado em outubro de 2009, é a primeira iniciativa no país de certificação de todas as propriedades de uma microrregião (Arroio do Meio, Capitão, Coqueiro Baixo, Nova Bréscia, Travesseiro e Pouso Novo). A área é de 634,7 quilômetros quadrados, com 34,4 mil animais, em 2.723 propriedades. A meta é certificar todas estas propriedades até o final de 2011, inclusive cerca de 200 que tiveram problemas com animais infectados e descartados. De acordo com Ardêmio, nas próximas semanas os órgãos envolvidos levarão uma amostra técnica ao governador Tarso Genro para lançar o programa em âmbito estadual. O programa é conduzido por um comitê gestor formado pelo Ministério da Agricultura, Ministério Público Estadual, Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária do Estado do Rio Grande do Sul (Fundesa), prefeituras e Univates. Segundo o coordenador do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) do Ministério da Agricultura, José Ricardo Lobo, para uma propriedade conseguir essa classificação, é necessário realizar três testes consecutivos contra as doenças e apresentar resultados negativos.
A brucelose (Brucella abortus) e a tuberculose (Mycobacterium bovi) são doenças crônicas causadas por bactérias. No caso da brucelose, os principais sintomas nos animais são aborto, nascimentos prematuros, esterilidade e baixa produção de leite. Já a tuberculose caracteriza-se pela evolução lenta, com sinais clínicos pouco frequentes em bovinos e búfalos. Em estágios avançados, os bovinos podem apresentar dispneia, tosse, mastite e infertilidade. Os prejuízos podem ocasionar a morte dos animais, queda no ganho de peso e na produção de leite, descarte precoce e condenação de carcaças no abate. Estima-se que os animais infectados percam de 10 a 25% da sua eficiência produtiva. A certificação de propriedades livres de brucelose e tuberculose é uma das estratégias do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT).