Você é convidado para uma festa com direito a jantar e dança. Que bom! Vai se alegrando já no momento de escolher a roupa. Você sorri ao decidir a que horas vai. Ri mais ainda ao pegar a bolsa e sair pra rua. Quando chega na festa, nossa! É tão bom encontrar amigos, conversar com eles, observar os trajes, fofocar um pouco. Depois, você se regala com os pratos que são servidos. Por fim, encara a pista de dança. Ah! Dançar é das grandes diversões que existem.
O que se quer dizer, em resumo, é o seguinte: há horas nesta vida em que é fácil ser feliz. Tudo conspira a favor do riso e da alegria. Se tem milho em casa, pipoca é o que não falta – como diz o povo.
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Ser alegre nas fases boas é uma barbada. Mas, e nas outras? E quando acaba o milho?
A pergunta que se põe é esta: como atravessar a maré das vacas magras? Como arrancar alegria na adversidade? Como superar as decepções e os logros? Em outras palavras, será que sai pipoca, mesmo quando falta o milho?
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Essa questão bate direto na nossa vida cotidiana. Infelizmente, não dá para viver sem frustrações e perdas. Essa questão também ataca a vida dos graúdos, os figurões que aproveitam as delícias do poder.
Ou seja, como será que vai passando o ex-ministro dos Transportes, Sr. Alfredo Nascimento, aquele que deixou o cargo debaixo de denúncias de propina? Aquele cujo filho teve um enriquecimento estratosférico, exatamente nos contratos feitos com o ministério presidido por papai. O filho que logrou ainda melhores resultados nos negócios que o Dr. Palocci…O Brasil aqui desesperado por infraestrutura e agora para tudo, até as irregularidades serem apuradas – sabe Deus lá quando. E como será que passa o pessoal da Petrobrás, cujas licitações igualmente estão debaixo de suspeita? Como passa essa gente que trabalha em proveito pessoal, embora seja paga para promover o bem comum? Como passam na hora H, ao ser pegos com a boca na botija?
Será que continuam firmes na pipoca ou será que o milho também deixa saudade neles?