Apesar de a legislação determinar que os partidos preencham ao menos 30% de suas candidaturas com mulheres, isso não ocorre na prática. Entre os fatores que desestimulam as mulheres a participar da política estão o preconceito, que começa na própria família, a falta de incentivos financeiros e a dificuldade de encarar uma jornada dupla de trabalho. A realidade preocupa todos os dirigentes de partidos que têm prazo até 7 de outubro para recrutar ou filiar as futuras candidatas de 2012. Desde a emancipação de Arroio do Meio em 1934, as primeiras mulheres a ocupar cadeiras na Câmara de Vereadores foram Márcia Scherer e Lúcia Schmidt Horn, na legislatura de 1997/2000. Lúcia reelegeu-se de 2001/04, depois Méri S. Bombardeli elegeu-se para o mandato de 2005/08, mas preferiu atuar o maior tempo como titular da secretaria da Saúde. Lúcia S. Horn ainda foi vice-prefeita na gestão 2005/08. Na atual legislatura, nenhuma mulher teve êxito nas eleições.
Atualmente, a legislação prevê a reserva de 30% das vagas para o registro de candidatas mulheres e os partidos até hoje não conseguiram cumprir esta cota. Ainda está em discussão o registro da chapa caso o partido não cumpra o percentual feminino e a cota de equivalência em 50% de participação das mulheres.
As mulheres ocupam apenas das 513 vagas da Câmara e no Congresso Federal. Trata-se do mesmo número registrado na legislatura anterior e, proporcionalmente, evidencia uma diminuição no índice de candidatas que lograram sucesso nas últimas eleições, quando foi eleita a primeira mulher presidente no país, 317 prefeitas e 7 mil vereadoras, o que corresponde, respectivamente, a 5,7% e 11,61% dos eleitos. São somente 106 deputadas estaduais, 5 senadoras do total de 81, isso considerando que desde 1995 vigora a lei que assegura uma cota mínima de participação de cada um dos sexos nas eleições proporcionais. O Brasil está no 108º lugar no ranking de participação feminina no Parlamento. O primeiro país é Ruanda que tem uma representação de quase 57%
Ainda assim, do universo político feminino, a maioria entra para a vida política pelas mãos do pai ou do marido, sendo mínimo o número com trajetória autônoma baseada em carreiras políticas desvinculadas de laços familiares. O maior empecilho ao ingresso das mulheres na política são os próprios maridos ou companheiros, que impedem a candidatura, sob o fundamento de que elas deixariam de atender aos afazeres domésticos e de cumprir com o dever de cuidado dos filhos, segundo uma pesquisa realizada pelo Departamento de Ciências Políticas da UFRGS.