Dados do IBGE de 2010 indicam que Arroio do Meio tem uma população de 1963 pessoas que estão na faixa de 60 a 100 anos. Entre 75 a 100 anos, são em torno de 530 pessoas, um número, se comparado à população, considerável. Lançando um olhar sobre a população mais idosa, o consenso é de que mais importante do que estar entre os que alcançam uma idade mais avançada é continuar se sentindo bem, o que com certeza depende de muitos fatores que envolvem principalmente saúde, família, comunidade, condições econômicas.
Grande parte deste bem-estar e da garantia de perspectivas melhores para as pessoas na medida em que chegam e avançam na terceira idade depende de políticas públicas.
Sobre este assunto, conversei esta semana com Jussara Wilssmann que há pouco mais de dois anos coordena os grupos de idosos de Arroio do Meio. Na visita que nos fez, ela destacou que, embora ciente de que muito ainda pode ser feito pelas pessoas da terceira idade, Arroio do Meio tem um histórico positivo em relação às políticas públicas de atenção ao idoso, que foram desenvolvidas no decorrer de quase 20 anos, valorizando principalmente a organização, a participação, o envolvimento em atividades de lazer, como prêmio pela vida.
Em 1994 foi formalizado o primeiro grupo de idosos, em Arroio Grande Central, e até 1997 já haviam sido formalizados 17 grupos. Em 1998 foi criado o Conselho Municipal do Idoso que congrega atualmente 1.600 integrantes divididos entre os grupos nas comunidades. O fato de o conselho, ter sua estrutura própria, com sala, telefone, computador, além da diretoria ter uma coordenadora que exerce cargo remunerado para exercer atividades ligadas a projetos, ações, programações para os grupos, faz muita diferença, segundo Jussara. Ela nos disse que o apoio que a atual Administração e anteriores foram dando aos idosos, tanto na parte da saúde, quanto entretenimento e outras atividades (projeto da leitura, inclusão digital, dinâmicas de convivência, cinema, além dos tradicionais bailes e almoços) coloca o município de forma diferenciada em relação a muitos outros. A conclusão vem do paralelo que faz com o trabalho que é desenvolvido em outros municípios e que observa quando participa de reuniões ligadas ao setor no âmbito estadual e regional. Exemplo, segundo ela, é de que apenas 130 municípios têm constituído o seu Conselho Municipal do Idoso no Rio Grande do Sul, entre os 497 municípios, e o mais importante é que o órgão local tem seu destaque por causa da forte participação e envolvimento dos membros que integram os grupos de terceira idade. A maioria dos idosos não se divertem apenas, eles continuam trabalhando ou tendo alguma atividade, o que é extremamente salutar.
Mundo em transformação
Estamos vivendo um tempo especial. Uma série de acontecimentos que vão de tsunamis e outros desastres climáticos e ambientais a conflitos religiosos, políticos e sócio-econômicos se espalham nas Américas, Ásia, África, Europa e Oceania. Multiplicados à exaustão pela facilidade tecnológica disponível para os meios de comunicação, o acesso democrático dos povos a toda esta informação traz perspectivas de profundas mudanças, que no nosso entender serão de um homem melhor, mais evoluído, mais equilibrado no que tange à importância da matéria e do espírito. Este novo homem certamente dará maior valor à solidariedade e será mais tolerante com seu irmão, terá maior cuidado com o planeta, sem deixar de lado o desenvolvimento pela educação e ciência.
Para exemplificar, basta citar a necessidade dos EUA, a nação mais poderosa do mundo, ter que parar de olhar de forma egocêntrica apenas para si mesma, diante da fragilidade do seu império, ancorado durante quase um século numa cultura bélica conservadora que privilegiou os mais ricos e poderosos. As crises econômicas que também atingem outras nações ricas da Europa ensinam basicamente que é preciso se reciclar, não gastar mais do que se ganha, controlando o consumo. Que é preciso valorizar a produção, o trabalho, a dignidade, ao invés da especulação.
Brasil Maior
O Governo Dilma vem se destacando nas últimas semanas pela cruzada contra a corrupção na própria casa e esta semana foi lançado um programa emergencial de socorro às indústrias nacionais que estão mais ameaçadas pela desvalorização do dólar, o que favorece a concorrência de produtos externos. Ou seja: com o dólar mais baixo, os produtos importados ficam mais competitivos, o que não é bom para quem produz aqui, e por outro lado estimula que grandes empresas multinacionais ancorem aqui para montar suas plataformas, sem contar que há um caminho aberto para a especulação uma vez que o Brasil paga os maiores juros reais do planeta.
É difícil prever os resultados a médio e longo prazo destas novas medidas anunciadas pela nossa presidente, mas a curto prazo são vistas como uma boa saída.