Psicóloga e professora do Curso de Psicologia da Univates, Bernardete Pretto afirma que as mulheres estão sofrendo de um estresse com características vinculadas às exigências da modernidade: “Com certeza, o papel da mulher na sociedade mudou muito e, principalmente, ampliou-se e passou a abranger novas tarefas, antes só exercidas pelos homens. O que se percebe é que grande parte das mulheres hoje quer buscar sua autonomia, independência, reconhecimento profissional, porém, também continua a exercer as tarefas vinculadas ao seu antigo papel de dona de casa, mãe, esposa, mulher. Não entendo que esses papéis não possam ser bem exercidos conjuntamente, no entanto, para muitas mulheres falta uma estrutura de apoio que lhes permita dividir com alguém suas tarefas, sem ter que constantemente ‘dividir-se’. Acredito que este é o grande foco do estresse.”
De acordo com a profissional, normalmente, o estresse é um sintoma, ou seja, ele mostra, na aparência, o que não consegue ser mostrado de outra forma, mais clara. “No meu trabalho como psicóloga clínica, já atendi várias pessoas ‘estressadas’ e tenho certeza de que os benefícios de uma psicoterapia acabam não se resumindo somente à diminuição do estresse, mas, sim, geralmente, a uma melhora na qualidade da vida como um todo. Melhoram as relações consigo mesmo e com os outros, melhora a autoestima, melhora o cuidado da pessoa para consigo mesma, melhora o humor, melhora o pensar positivo a respeito do mundo, melhoram as expectativas, se fortalece a esperança”, conclui.
Para prevenir-se do estresse:
Não dar tanto peso a ele, ou seja, tentar encarar a vida de uma forma mais simples, mais leve, aceitando algumas vezes o que é inevitável, deixando de conduzir nossa vida como se ela fosse uma constante luta contra o tempo, contra as marcas que o tempo gera.
Aceitar que não somos infalíveis, não somos onipotentes, não temos solução para tudo, que todos somos mortais, enfim, questões básicas da existência que todos sabemos, mas que esquecemos, e por isso devemos renovar a cada dia.
Lembrar que pessoas realmente estressadas são pessoas sofredoras. Pessoas que sofrem muito podem ficar deprimidas, ansiosas, inquietas, irritadas, podem desenvolver vários quadros de doenças físicas que chamamos de doenças psicossomáticas. Quando isto acontece, é hora de parar e repensar no rumo que estamos dando à vida e no quanto somos responsáveis pelo que nos acontece de bom e de ruim