De acordo com a psicóloga Ivone Brito, a ansiedade infantil é causada por vários fatores, “sendo o mais relevante o tratamento que os filhos recebem em casa. Como também pode ser causada por problemas psicológicos, alterações nos neurotransmissores, doenças associadas e por fatores genéticos. Estudos mostram que 50% dos pacientes com Síndrome do Pânico possuem pelo menos um parente portador de distúrbios de ansiedade.”
Os transtornos ansiosos na infância podem começar entre seis e oito meses de idade e quanto mais ansiosos forem os pais maior a probabilidade de a criança sofrer de ansiedade. Eventos durante a gravidez e no nascimento, como, por exemplo, um parto difícil ou sensações desagradáveis durante a gestação também podem marcar de forma particular, tornando a criança mais vulnerável a qualquer situação que gere tensão. Portanto, tanto fatores ambientais, culturais quanto hereditários são relevantes.
Uma relação harmoniosa entre familiares é apontada por Ivone como fundamental para prevenir a ansiedade. Ela também adverte que a identificação precoce dos transtornos de ansiedade pode evitar repercussões negativas na vida da criança, tais como: faltas constantes à escola (ocasionando evasão escolar), utilização demasiada de serviços de pediatria (com queixas somáticas associadas à ansiedade) e, possivelmente, a ocorrência de problemas psiquiátricos na vida adulta. “Quando não tratada, a ansiedade cristaliza-se e, carregada para a vida adulta, resulta em comportamento de evitação, fóbicos, timidez, entre outros prejuízos, que podem privar o paciente das interações familiares, sociais educacionais”, conclui.