Quando os economistas mais avançados e conhecedores do mercado mundial lançaram a sigla BRIC (em 2001), jamais poderiam imaginar o gol de placa que estava sendo marcado no jogo da economia mundial.
Como a maioria sabe, BRIC é a sigla do Grupo Brasil, Rússia, Índia e China e, a bem da verdade, quanto a um deles – China – já chegou com algum atraso, mas quanto aos outros três, não há como negar, o reconhecimento veio na hora certa.
O rótulo de Bloco Emergente (emergir = manifestar-se, aparecer, surgir) confirma, antes de tudo, um dos grandes significados do termo que é “sair de um meio depois de havê-lo atravessado”, ou ainda, a sagração daquele conhecido momento em que, os derrotados em alguma contenda buscam a famosa “volta por cima”.
A China, a rigor, há muito merecia uma distinção por ser, dos quatro, o país mais antigo, com suas Dinastias ancestrais originadas na metade do 2º milênio Antes de Cristo, 3500 anos atrás, para sermos bem diretos.
O Mundo ainda não experimen¬tara a convivência com Cristo e os Tsin já haviam conseguido a Unidade da China: no Século III a.C. criaram o Império Chinês e marcaram o feito pela construção da necessária – segundo a época – Muralha da China, com 7.000 Km de extensão.
De lá até nossos dias, o 2º maior país do Mundo, territorialmente falando (9 milhões, 780 mil Km2 – 1 Brasil + 5 RS) veio confirmando sua força através de um crescimento populacional incomparável, o que tem obrigado o país a uma série de movimentos e atitudes só a ele cabível e explicável.
A média de crescimento econômico da China, na última década, foi de 10% ao ano, uma das façanhas que concedeu aos chineses o 1º lugar como importadores do Brasil, posição que há quase 1 Século era ocupada pelos Estados Unidos.
A atual população chinesa – um bilhão, trezentos e cinquenta milhões de habitantes – é, antes de uma vantagem, uma preocupação, mas também um argumento expressivo, sem qualquer dúvida.
O maior país do Mundo, a Rússia (17 milhões, 75 mil e 400 Km2 = soma do território chinês + o brasileiro – 5 RS), originou-se na Idade Média – 1º Século do 1º Milênio d.C. – cujo povo comerciante estabeleceu-se nas Re¬giões do mar Báltico e rios Vistula e Volga e fundou alguns principados. Rica em recursos minerais, a Rússia é uma das economias mais sólidas do Mundo e vem desenvolvendo, de maneira expressiva, todos os seus setores de atividade. Sua população, hoje, é de aproximadamente 150 milhões de habitantes que, com a retirada da Rússia da União Soviética (Dezembro de 1991) passaram a viver em um país rico e independente.
A Índia, República Federativa da Ásia Meridional é o menor integrante do BRIC, com “apenas” 3 milhões 268 mil Km2, ou seja, menos da metade do Brasil e um terço da extensão chinesa. Sua população já supera a casa do 1 bilhão, 150 milhões de habitantes, o que contribui para que o BRIC tenha, hoje, uma população aproximada de 2 bilhões, 850 milhões de habitantes, ou seja, a cada 10 habitantes do mundo, 4 residem no BRIC.
A Índia provém de uma base constituída entre 2500 e 1200 a.C., mas sofreu tantas dispersões e invasões ao longo da história, que sua realidade como República Federal tem exatos 61 anos, que começaram tendo Nehru como 1º Ministro.
Os maiores conflitos dos 17 estados e 10 territórios deste nosso parceiro de BRIC são suas fronteiras. Depois da 2ª Guerra Mundial, em 1947, a Inglaterra aceitou a divisão da Índia em 2 domínios, o Paquistão Muçulmano e a União Indiana.
Suas escaramuças (pequenos e médios conflitos) com o Paquistão são frequentes e, é preciso reconhecer, crescem em periculosidade, a cada ano.
Finalmente, um recado ao leitor, habitante do quarto país que integra o BRIC, ou seja, o Brasil: tudo o que acima escrevi, diz respeito a você, sim, senhor(a).
Dentro de, no máximo 20 anos, a economia do Mundo terá a inconteste liderança de nós, Emergentes. O que aumenta, cada vez mais, nossa importância e nosso compromisso para com o BRIC.