Não precisa ser expert em nada, nem mesmo doutor em economia e finanças para saber que muitas coisas mudaram no Brasil, o que só mostra que havia razões e chances para as boas-novas acontecerem; e, cada vez que algo melhora, muda. Para melhor, mas muda.
É verdade que, desta vez, parte da mudança incluiu diversos titulares de Ministérios dispensados, o que é bom, pois foram punidos porque fingiam que não sabiam, ou não controlaram, ou participaram de irregularidades em suas Pastas e, aí sim, foi ruim.
Desses fatos, restou a indiscutível melhora. Quem errou, pagou com a imagem – além do cargo – por ser evidente que “cara de quem participa ou permite, não é cara de quem não sabia MESMO”.
Aliás, uma indiscutível melhora invadiu o país de ponta a ponta e fez a maior parte da população (arrisco 80%) acreditar que ainda há espaço para aperfeiçoar mais.
Se restavam dúvidas sobre o assunto, aqui no sul, penso terem sido eliminadas com a confirmação de uma antiga expectativa, hoje realidade: era mesmo necessária a coincidência de mandatos, o que não acontecia há 20 anos, por aqui.
Você sabe: o Presidente da República – no caso, a Presidenta – ser do mesmo Partido do Governador. Chegou a parecer que não funcio¬naria e até ouvi opiniões azedas sobre isso.
Com o cuidado de quem procura mirar cada vez mais perto do alvo – e andar cada vez mais certo – dediquei-me a acompanhar o de¬sempenho de Dilma Rousseff, no meu ponto de vista fortalecida pela grande arrancada rumo ao futuro, quando congelou 50 bilhões dos Reais programados para o PAC.
Na ocasião, foi preciso medir bem as consequências de não cumprir à risca o prometido e, ao mesmo tempo, dirigir o resultado da iniciativa para evitar as carências de investimentos na Saúde, na Segurança, na Educação e no Transporte, sem esquecer o financiamento da Lavoura.
Devem estar a caminho várias outras operações que, em seguida, o tempo cobrará. Ratifico o que penso sobre a coincidência de mandatos e recordo a lição que o Brasil aprendeu nos idos dos Anos 80 e 90 com a famosa Bancada Nordestina: o grande partido era o Nordeste e era só nele que os seus Deputados votavam, em uníssono.
Penso ser fundamental que se tente ampliar o que já foi concedido para a Capital e Grande Porto Alegre, muito embora saiba que é para essa Região que convergem as “caravanas” de pacientes da Saúde (quem me acompanha, sabe que sou defensor da Regionalização da Saúde): prefeitos e suas demandas, empresários e suas necessidades de incrementar vendas e empregos e as crescentes ondas de recém-for-mados e profissionais, em busca de emprego e futuro.
Boa parte dessa concentração poderá ser atendida pelo próprio Interior do Estado, desde que garantidas as verbas que, pelo volume necessário, só poderão vir do Governo Federal; se chegarem em curto espaço de tempo, facilitarão o acesso à Saúde, à Agricultura, à Educação e à Segurança, não necessariamente nessa ordem.
É importante salientar: quanto mais aumentar a diferença de dotações entre a Grande Porto Alegre e o restante do RS, mais se estará pro¬movendo o êxodo rural, movimento que ao vitimar o Interior, mexe negativamente com sua mão de obra sob dois aspectos:
1°: os recém chegados aos 18 anos, com suas Carteiras novas de Trabalho, buscarão preenchê-las na Capital e periferia;
2°: os de mão-de-obra mais qualificada, em boa parte, tenderão a levar seu conhecimento e sua participação para longe da origem, o que nem sempre é o desejo da maioria.
O Estado que marcou lugar como Celeiro do Brasil não merece ser obrigado a distribuir currículos em outras paragens. Ao futuro caberá, também, corrigir isso.