Lugar-comum nos últimos dias são os textos e debates que remetem à chegada de 2012 – o Ano-Novo.
Veja o que pensa Ana Paula Mucha, psicóloga da Secretaria Municipal da Saúde de Pouso Novo, sobre essa época que instiga pessoas por todo o mundo.
As reflexão de Ana Paula têm início com questionamentos como: “Quando começa o ano afinal? No dia 1° de janeiro? Após as férias de início de ano? Quando começam as aulas? Ou, assim como no Brasil, quando termina o Carnaval?”
E avalia “Cada um começa o seu ano a sua maneira, alguns podem até nem se dar conta, simplesmente deixam a vida passar sem pensar. Na verdade nem todos estão abertos e preparados para refletir, repensar, planejar e se implicar verdadeiramente consigo mesmo que dirá com os outros, isso exige dedicação, amor e dispêndio de tempo, sentimentos cada vez mais (des)construídos.”
O tempo na vida nos intriga. Há tempo de nascer, crescer, estudar, alcançar a maioridade, pagar as contas … E há o tempo temido da morte. O tempo é nosso aliado e inimigo, está marcado em tudo que fazemos, porém, atenta Ana Paula, “o tempo cronológico não é igual ao psicológico, cada indivíduo vivencia suas experiências a sua maneira e as elabora ou não no seu tempo.”
A passagem do ano marca a mudança de um número que vivemos no calendário da história do mundo e da nossa história individual, não necessariamente representa que nossas atitudes e comportamentos mudarão junto com a data, mas apresenta uma nova oportunidade para fazermos isso, nos incentiva à meditação, acrescenta.
De acordo com a psicóloga, todos podemos melhorar, a menos que o narcisismo e o egocentrismo não deixem, todos queremos algo a mais na vida e podemos apontar nos nossos íntimos desejos a realizar e situações a melhorar: “Por que não aproveitar essa oportunidade de começo de ano que nos é oferecida, marcada pelo tempo, para dar a oportunidade a nós mesmos? Quem sabe conseguiremos sair desse ciclo do desejo de fazer sempre igual que nos paralisa em nossas vidas.”
Nessa linha de pensamento, afirma que essa mudança almejada em nós mesmos não acontecerá como num passe de mágica, sem empenho, muito menos alguém a alcançará para nós. Apesar de termos pressa – sentimento contemporâneo que nos invade cada vez mais – a mudança não precisa começar drasticamente: “Assim como uma criança não começa a andar de repente, a mudança que queremos que aconteça em nossas vidas também não vai acontecer sem esforços contínuos e sem passos muitas vezes inseguros e pequenos, porém, podemos arriscar a começar pelas pequenas coisas: optar por um sabor de sorvete nunca escolhido, uma pizza diferente ainda que na pizzaria de costume, um novo jeito de arrumar o cabelo, uma nova cor de esmalte para as unhas, uma nova maneira de fazer o arroz de todo dia, de arrumar os móveis da casa, de usar aquele sapato ou roupa nunca usados… Novas possibilidades, novas comidas, novos projetos… Com aquilo que já se tem, começar a experimentar a si mesmo de um jeito diferente, derrubar lentamente as barreiras das fantasias que criamos e que nos prendem.”
Nossos comportamentos são o que são porque foram cultivados por toda nossa vida, regados dia após dia, modificá-los, por piores que sejam, causa sofrimento, de alguma forma eles nos trouxeram onde estamos. Porém, o que é melhor: Viver na tristeza do conhecido ou tentar a alegria de um novo caminho? Faça com que a maior novidade de 2012 seja você mesmo!, encoraja Ana Paula.