Os produtores rurais do Rio Grande do Sul estão na expectativa acerca do que os ministros da Agricultura e da Integração Nacional, poderão anunciar como medidas de apoio para todos os que contabilizam perdas ou prejuízos com a estiagem que já dura mais de 60 dias, afetando, sobremaneira, na nossa região, as culturas de milho, fumo, feijão, soja, além das perdas nas áreas ocupadas com pastagens para a alimentação do gado leiteiro.
Equipes técnicas da Emater, juntamente com as secretarias municipais de Agricultura seguem elaborando relatórios ou laudos para um inventário de prejuízos encontrados. A quase totalidade dos municípios do Vale do Taquari já tomaram as providências para a decretação de situação de emergência, medida necessária para o seu credenciamento ao recebimento de apoios dos governos estadual e federal. Chega a ser estarrecedor o quadro que a seca está proporcionando, surgindo leitos de rios sem água ou com níveis assustadoramente reduzidos.
É quase impossível imaginar uma situação sem o abastecimento de água, obtida de poços profundos (artesianos). Teríamos, hoje, pouca água potável e poderíamos estar assistindo uma tragédia, em se tratando de alimentação de plantéis de frangos de corte e gado leiteiro e de corte.
Diferentemente da realidade de décadas atrás, quando em praticamente todas as propriedades agrícolas havia reserva de água, em poços, com fontes naturais drenadas ou não, ou mesmo as lembradas cisternas, atualmente esta prática está abolida. Apesar da insistência de programas governamentais, oferecendo incentivos para a construção de reservatórios de água, cisternas, nós todos somos imediatistas e deixamos para um segundo plano investimentos nessa área, justamente porque as secas são periódicas e não acontecem em todos os anos. Há muita coisa a ser feita no sentido de criar-se mecanismos de prevenções, como a construção de açudes, projetos de irrigação, dentre outras medidas. É necessário superarmos os métodos de improviso e fazermos um melhor uso do recurso público que, especialmente a União destina para algumas iniciativas, mas que têm resultados duvidosos ou simplesmente não apresentam resultados.
Mas voltando ao fato da visita de membros do governo federal ao RS neste dia, tem-se a esperança de que as medidas tomadas pela União e pelo Estado, signifiquem um concreto apoio aos produtores rurais. E que não se restrinjam a renegociações ou prorrogações de dívidas, pois nem todos os agricultores utilizam financiamentos para desenvolver as suas culturas. Existem muitos agricultores que plantam com recursos próprios ou serão beneficiados com programas dos próprios municípios.
Considero indispensável a disponibilização de sementes, especialmente de milho, para um replantio, caso ocorram precipitações de chuvas nos próximos dias. Mas também devem os governantes preocuparem-se com a sobrevivências das famílias nos próximos meses, as que não puderam realizar as colheitas de suas lavouras ou que não desfrutam de nenhuma renda com a atividade de produção de leite.
Os municípios, que vêm sustentando, com seus minguados recursos, situações complicadas, prestando serviços de abertura de poços, transportando água, destinando materiais para a extensão de redes de água de associações ou entidades, não deixando ninguém abandonado, terão que ser apoiados e até recompensados. Vamos, portanto, aguardar as boas novas de Brasília e, posteriormente, caberá uma avaliação sobre os seus efeitos.
Um bom começo de ano para a suinocultura
A abertura do mercado norte-americano para a carne suína brasileira merece um destaque neste início do mês de janeiro. Especialmente o estado de Santa Catarina é beneficiado com o fato em razão da sua condição de estar livre da febre aftosa. Os suinocultores gaúchos igualmente serão bonificados com esta ampliação do mercado consumidor, fazendo com que a nossa tradicional atividade econômica tenha um novo fôlego e, finalmente, supere uma crise prolongada.