No momento seguinte ao término da 1ª Guerra Mundial as maiores economias do planeta estavam em retração, o que ampliou a possibilidade de crescimento da indústria brasileira.
Apesar disso, ao longo dos anos 20 do século passado, nosso país vivenciou várias crises políticas que ganhariam as manchetes do mundo inteiro, prejudicando as chances que naquele momento se apresentavam.
A primeira das crises foi originada durante o século XIX, na chamada Questão Militar.
Esta, chegou ao século XX no bojo do movimento tenentista, militares que se rebelaram contra as vantagens distribuídas aos postos superiores.
Ao final, o movimento ficou conhecido como Os 18 do Forte, assim tratado por haver, no seu final, um desfile de 18 revoltosos que decidiram ir ao máximo possível.
Desta forma, percorreram a avenida Copacabana, no Rio de Janeiro, na época capital do Brasil, armados mas sem mostrar o desejo de usar seus fuzis, acompanhados de um civil.
A passeata por Copacabana resultou em 16 mortos; sobreviveram apenas os tenentes Eduardo Gomes e Siqueira Campos, dois nomes que voltarão a ser citados mais vezes na Portal Mix, que o (a) prezado (a) leitor (a) acompanha, neste jornal.
A imposição do Brasil frente às grandes nações mundiais, foi levada, também, pela demonstração da Arte que aqui havia, pois estavam reunidos os maiores nomes para promover seu trabalho e o estágio da Arte brasileira.
A Semana da Arte Moderna de São Paulo, praticamente lançou o Modernismo no país; dela (13 a 17 fev de 1922) participaram grandes artistas brasileiros: Mário e Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Plínio Salgado, Victor Brecheret, Guilherme de Almeida, Heitor Villa-Lobos, Tarsila do Amaral, Sérgio Milliet, Di Cavalcanti e dezenas de outros representantes das diversas categorias artísticas que o Brasil apresentou ao mundo.
O Brasil juntava, às esporádicas conquistas pessoais de seus poucos nomes “Mundiais”, o aspecto cultural e artístico de uma sociedade que começava a valorizar esses segmentos, sem dúvida, importantes.
É bom lembrar que a expressão “Brasil, país do futuro”, seria pensa¬da e escrita logo ali, 19 anos depois.
Em 1923, estourou no RS a Revolução dita Libertadora, nada mais que a decisão de uma parte da classe politica de livrar-se da opressão e das fraudes dos políticos dominantes, à época.
Na verdade, desde 1898, Borges de Medeiros, sucessor de Júlio de Castilhos, havia conseguido alcançar cinco mandatos seguidos, interrompidos apenas por Carlos Barbosa, construtor do Palácio Piratini e da Biblioteca Pública de Porto Alegre, entre outros.
Borges sempre se elegeu com larga margem de votos, mas muitas vezes se aproveitou da alteração de Atas Eleitorais e fraudes (segundo a imprensa da época), o que reuniu, contra ele, um número sempre crescente de pessoas.
Em 1923, ao comunicar a Borges que o percentual de votos para sua reeleição não havia sido alcançado e, portanto, sua administração não teria sequência, os Deputados da Comissão responsável viram Borges adiantar-se aos portadores da má noticia e agradecer, de pé, “as congratulações pela vitória”. Os Deputados voltaram à base e trataram de compor números capazes de sustentar a reeleição.
Com isso, a revolução estourou no mesmo dia da eleição de Borges, 20 de janeiro de 1923: cerca de 12 mil soldados contra não mais que 4 mil guerreiros.
Quase 11 meses depois (14. dez.1923) foi assinada a Paz de Pedras Altas: o Rio Grande havia ficado um pouco mais democrático e sua imagem um pouco distorcida por centenas de “degolas” ocorridas, sempre a “sangue frio”.