Está um pouco confusa a divulgação dada pelo Estado, tratando da liberação de recursos para os municípios ou a população atingida ou afetada pela estiagem que já perdura por aproximadamente 90 dias.
Em um primeiro momento, fala-se de um valor de R$ 51,9 mil para os municípios que teriam obtido a homologação da situação de emergência decretada. Pelo que é possível interpretar, esse recurso teria origem federal, destinando-se o mesmo para investimentos, em parte (R$ 6.600,00) e o restante em custeio (R$ 54.300,00), podendo atender despesas como a aquisição de caixas de água, cestas básicas, revitalização de poços artesianos, combustível utilizado para o transporte de água e algumas outras coisas mais.
Não se trata de um valor, que pudesse, de fato, amenizar os grandes prejuízos que a estiagem provocou, está causando e terá, ainda, como consequências futuras. Todos os municípios da região, em especial os agricultores, não conseguem, hoje, estimar ou estipular o montante das perdas nas suas atividades agropecuárias. As perdas são muito amplas e a necessidade de recursos vai muito além do que está sendo concedido.
Gera confusão a informação anunciada nesta semana de que o Estado liberaria outro montante, de R$ 80 mil para os municípios prejudicados. Existiria uma lista de 279 prefeituras a serem contempladas, mas, em um primeiro momento, apenas 128 seriam beneficiadas, sob o argumento de que a utilização de critérios determinados davam essa classificação.
Conferindo a relação dos beneficiados, constata-se que são poucas as localidades da nossa região. É de se esperar que nas próximas semanas todos os demais municípios que fizeram os levantamentos de perdas e que, reconhecidamente, encontram-se diante de um quadro desolador, com altíssimas somas de prejuízos, tenham esse apoio, em favor de suas comunidades e que os critérios que definem o destino do dinheiro, público, sejam justos e muito transparentes, sem artifícios inclaros.
Organização e qualificação
Este binômio identifica o acordo assinado na semana passada, envolvendo o Rio Grande do Sul, representado pelo secretário de Agricultura, e o governo da Galícia (Espanha), tendo como objetivo o desenvolvimento da cadeia do leite.
Já existia um intercâmbio entre as partes, construído a partir de 2002, através de contatos, visitas técnicas. Mas, segundo a comitiva que representou o nosso Estado, as relações estão cada vez mais intensas e próximas. Foram reforçados neste recente evento temas como a sanidade, qualificação genética dos rebanhos, a política de industrialização, organização das propriedades.
A comitiva que representou a todos nós, nessa recente viagem, reconhecidamente qualificada, por sua representatividade, terá uma tarefa de muita relevância, ao tornar-se repassadora do aprendizado, dos muitos subsídios colhidos. Qualquer novidade, qualquer informação relacionada ao assunto será bem-vinda, eis que a produção de leite assume uma função social e econômica cada vez mais importante.
Se consideramos e nos fixamos nos alertas da ONU de que muito proximamente o mundo terá um contingente de mais de três bilhões de pessoas desnutridas, a responsabilidade dos países que possuem um potencial para produzir alimentos aumenta mais e mais a sua condição de serem extremamente importantes em um futuro próximo.