A partir desta edição o AT passa a acompanhar os preparativos para a aventura de Gilmar Sbruzzi e Felipe Trasel, que viajam de moto até o Machu Picchu. A saída está prevista para o dia 20 de abril. Até lá os leitores do AT podem acompanhar mais detalhes desta aventura sobre duas rodas. Depois os viajantes vão enviar notícias diariamente, quando for possível, que poderão ser acompanhadas no site do AT: www.oaltotaquari.com.br.
A Expediçao Manku Qhapaq Machu Picchu 2012 teve início após a primeira viagem de moto de Gilmar Sbruzzi e Felipe Trasel para Santiago – Chile em março de 2009. Após essa viagem, decidiram que viajariam novamente. Tanto Felipe quanto Gilmar almejavam conhecer Machu Picchu e então decidiram que este seria o próximo destino. A data escolhida foi abril de 2012, pelo clima ser menos chuvoso e com temperaturas mais agradáveis e pelo tempo necessário para o planejamento. Confira parte do relato dos aventureiros, que continua na próxima edição:
“Apesar de Machu Picchu ser o ponto central da viagem, ela não se fixa somente nesse ponto turístico. Iremos passar por várias outras cidades muito conhecidas em toda América do Sul, cruzando o chaco argentino, onde teremos retas com mais de 400 quilômetros e muito calor, as cidades de Salta e San Salvador de Jujuy, e depois de subir os Andes e cruzar da Argentina para o Chile pelo Paso Jama, passaremos pelo Deserto de Atacama que está localizado na região norte do Chile. Com cerca de 200 quilômetros de extensão, é considerado o deserto mais alto e mais árido do mundo, pois chove muito pouco na região, em consequência das correntes marítimas do Pacífico não conseguirem passar para o deserto, por causa de sua altitude. As temperaturas no deserto variam entre 0ºC à noite e 40ºC durante o dia. Em função destas condições existem poucas cidades e vilas no deserto, uma delas é muito conhecida, San Pedro de Atacama, que tem pouco mais de três mil habitantes e está a 2400 metros de altitude. Por ser bem isolada é considerada um oásis no meio do deserto e o principal ponto de encontro de viajantes do mundo inteiro, mochileiros, fotógrafos, astrônomos, cientistas, pesquisadores, motociclistas e aventureiros. Em San Pedro de Atacama, iremos visitar o Valle de La Luna que é uma pequena depressão de 500 metros de diâmetro, com solo salino e rodeado por morros com formações exóticas lembrando o solo lunar. Outro ponto turístico que iremos visitar são os Geisers de El Tátio, que ficam a 4.300 metros de altitude aos pés do vulcão Tatio, esse campo geotérmico é uma das principais atrações do país. Todos os dias, ao amanhecer, afloram violentos jatos de vapor desde os poços de água fervente. O conjunto formado pelo colorido do solo, o céu limpo e as colunas de até seis metros de vapor é de rara beleza.
Após conhecer a cidade de San Pedro de Atacama, rumaremos ao norte em direçao à divisa com o Peru, passaremos pelas cidades de Chuquicamata, Calama, Cuya e Arica, onde fica a divisa entre Chile e Peru. Após cruzar a fronteira, passaremos por Tacna e Moquegua e, em seguida, vamos até Puno, onde ficaremos um dia para conhecer o lago Titicaca que, com cerca de 8300 quilômetros quadrados e situando-se a 3821 metros acima do nível do mar, é o lago comercialmente navegável mais alto do mundo e o segundo em extensão da América Latina, superado apenas pelo lago de Maracaibo, na Venezuela. Localizado no altiplano dos Andes, na fronteira do Peru e da Bolívia, tem uma profundidade média de 140 a 180 metros e uma profundidade máxima de 280 metros. Mais de 25 rios desaguam no lago Titicaca, e o lago tem 41 ilhas, algumas densamente povoadas. Essas ilhas tornaram-se uma grande atração turística no Peru, trazendo excursões da cidade de Puno. Vamos visitar a ilha de Uros e a ilha Taquile, outra grande atração turística, apresentando uma comunidade indígena. Os habitantes de Taquile são conhecidos pelos seus produtos têxteis feitos à mão, considerados entre as manufaturas de melhor qualidade do Peru. O lago Titicaca é alimentado pela água das chuvas e pelo degelo das geleiras que rodeiam o altiplano. É fonte do rio Desaguadero, que corre para o sul através da Bolívia até o lago Poopó. A origem do nome Titicaca é desconhecida; foi traduzido como “Pedra do Puma”, combinando palavras da língua local quechua e aimará.
Após conhecer Puno, vamos nos estabelecer por três dias na cidade de Ollantaytambo, localizada no Vale Sagrado dos Incas, nos Andes peruanos, e possui numerosos monumentos arqueológicos e povoados indígenas. Este vale foi muito apreciado pelos incas devido às suas qualidades geográficas e climáticas. Foi um dos principais pontos de produção, pela riqueza de suas terras. A cidade fica aproximadamente a 60 quilometros de Cusco e possui um dos complexos arquitetônicos mais monumentais do antigo império inca. Além de sua beleza, a cidade é o último ponto de embarque do trem que leva os turistas aMachu Picchu. Além de visitar o vale sagrado em Ollantaytambo, pretendemos conhecer outros sitios arqueológicos nas cidades de Pisac e Urubamba.
Um dos dias está reservado para conhecer Machu Picchu, que em quechua (Machu Pikchu) significa “velha montanha”, também conhecida por “cidade perdida dos oncas”, é uma cidade pré-colombiana localizada no topo de uma montanha, a 2400 metros de altitude, no vale do rio Urubamba. Foi construída no século XV, sendo o local um dos símbolos mais típicos do império inca, sua descoberta foi tardia, apenas em 1911. Cerca de 30% da cidade é de construção original. As áreas reconstruídas são facilmente reconhecidas, pelo encaixe entre as pedras. A construção original é formada por pedras maiores, e com encaixes com pouco espaço entre as rochas. O trem saí de Ollantaytambo às 6h10min, é uma viagem de uma hora e meia até o povoado de Aguas Calientes, onde pega-se um ônibus que leva os turistas até Machu Picchu, a visitaçao de Machu Picchu pode ser acompanhada de guia, que deve ser contratado na própria cidade, além de Machu Picchu, há outro ponto turístico dentro da própria cidade perdida, Wayna Picchu, que é uma montanha com altitude de 2700 metros, onde pode-se ter uma vista total da cidade perdida do alto da montanha. A visita a Wayna Picchu é controlada, apenas 400 pessoas, divididas em dois grupos de 200 podem subir por dia. Já Machu Picchu pode receber no máximo 2500 pessoas por dia. No fim do dia, retornamos a Ollantaytambo, onde passaremos a última noite antes do início do retorno.