A importância da tecnologia vai muito além das comodidades que proporciona em nosso cotidiano, embora nem sempre nos demos conta disso. Além das facilidades, gera empregos, faz girar a economia e se transforma em estimulador do desenvolvimento das comunidades onde estes pontos geradores de novidades estão inseridos.
Há poucos dias voltei à Unisinos, em São Leopoldo, onde me formei em Jornalismo há quase 30 anos. Conheci o Tecnosinos, centro tecnológico administrado pela universidade que reúne 74 empresas oriundas de nove países divididos em cinco especialidades.
Perambulando pelos corredores da unidade, esbarrei em indianos, coreanos, alemães, americanos e chineses, entre outras nacionalidades. A diretora do Tecnosinos, Suzana Kakuta, revelou que o restaurante que atende as empresas ali instaladas é uma verdadeira Torre de Babel onde se ouve diversos idiomas numa convivência pacífica voltada ao conhecimento.
A atração de investimentos tecnológicos foi fundamental para que a gigante coreana Hyundai optasse por São Leopoldo para instalar a sua fábrica de elevadores, conforme anúncio feito no início do mês. A mão de obra e as condições para formar e treinar profissionais teve peso decisivo em favor da cidade da Região Metropolitana em detrimento, por exemplo, de Santa Maria, que possui uma universidade federal, mas sem tradição tecnológica.
A atração de empresas multinacionais para o Rio Grande do Sul reveste-se de grande importância na busca de novos investimentos. Recordo da vinda da General Motors em Gravataí na década de 1990. A polêmica que cercou o anúncio é infindável e perdura até hoje. Mas o desenvolvimento do município é inegável e não tem precedentes em nenhuma outra comunidade gaúcha.
A vinda da GM para Gravataí, na década de 1990, transformou a
cidade, multiplicou investimentos e a riqueza que beneficia a todos
O PIB de Gravataí aumentou mais de 15 vezes. Além disso, se multiplicou a quantidade de hotéis, restaurantes e empreendimentos imobiliários. A renda per capita e a oferta de novos empregos – principalmente gerados a partir de empresas sistemistas, aquelas que fornecem peças e serviços à GM – explodiu.
Ao percorrer os corredores da Unisinos, lembrei da Univates que conheci como a distante denominação de Fates, há muitas décadas, mas que se transformou numa verdadeira cidade aqui perto, em Lajeado. Há dois anos voltei à instituição e fiquei boquiaberto com a grandiosidade das instalações e com a diversificação de cursos que já conta – segundo fui informado – com a faculdade de Medicina, entre outras especialidades.
A consolidação de uma instituição de Ensino Superior é condição básica para o sólido desenvolvimento de um município e de uma região. É centro gerador de conhecimento, de mão de obra especializada e de concentração de cérebros indispensável para modificar as condições das comunidades que gravitam em seu entorno. Lamentavelmente o Ensino Superior ainda é uma realidade distante de milhões de famílias brasileiras. Uma legião de estudantes ainda patina para transpor os ensinos Fundamental e Médio, o que provoca desânimo para manter os estudos.
Uma universidade forte forja cidadãos capacitados e regiões habilitadas para atrair novos investimentos que podem até mudar o perfil econômico histórico das cidades no entorno. Por isso, apoiar e lutar pelo aperfeiçoamento das instituições de Ensino Superior é trabalhar pelo futuro das próximas gerações.

