Tive a oportunidade de conferir a participação da agroindústria familiar na Expovale deste ano e foi possível constatar a valorização e o apoio que os visitantes da grande feira regional estão dando ao segmento.
São mais de 90 estandes, expositores, a maioria da região, mas todos do Estado do RS, mostrando sua produção, especialmente a de origem familiar, destacando-se uma variedade bem acentuada no que se refere à cadeira de alimentos, produtos de origem animal, embutidos, além de uma série de outros preparados, marcando ainda presença artigos de artesanato.
No contato com alguns feirantes denota-se o espírito de empreendedorismo e vários têm comentado que com a sua presença, além de visar o comércio de sua produção, querem desenvolver um processo de divulgação do seu trabalho, da sua competência e capacidade para ampliar, não só a produção, mas, sobretudo, os seus negócios.
Alguns feirantes já vêm participando de vários eventos e já estão habituados ao clima de exposições, de disputa de espaços, de concorrência nos preços e nas habilidades de negociação. O que, no entanto, os deixam um tanto inconformados é a não solução ou a não aplicabilidade do Sistema de Inspeção, em especial dos produtos de origem animal, no caso do Suasa ou do Susaf.
Os processos de produção da maioria das nossas agroindústrias familiares estão desenvolvidos, aprimorados e dentro de bons conceitos de higiene e sanidade. É preciso um avanço maior, que não depende diretamente do empreendedor.
De qualquer forma, nota-se também a expectativa que já existe em relação à próxima edição da Agroind, mais ou menos na metade do ano que vem, onde haverá um espaço ainda maior para os feirantes, com uma gama de produtos ainda mais diversificada e selecionada.
Produtor de leite busca preço mínimo
No início desta semana a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul, FETAG-RS, reuniu a Comissão Estadual do Leite, órgão integrado por representantes dos produtores, em todas as regiões do Estado.
Dentre várias reivindicações e bandeiras dos leiteiros gaúchos figura como ponto principal a definição ou a conquista de um preço mínimo, ou uma política de preços que represente segurança para quem está nessa atividade econômica. O produtor nunca sabe o que vai receber pelo litro do leite entregue à indústria. Pois, durante um mês inteiro vai entregando a sua produção e somente no dia em que a “conta” é liberada ele vai ter acesso à informação da remuneração.
Segundo dirigentes classistas e sindicais, no momento em que o custo de produção foge do controle do produtor, aumenta a incerteza e a insegurança.
Qualquer iniciativa que se tome, no sentido de motivar os jovens para seguirem na profissão de agricultor, esbarra no item da remuneração dos produtos. Se o jovem não sabe o quanto vai receber pela produção que vende, ele será insensível a qualquer apelo para permanecer no meio rural.
O movimento sindical dos trabalhadores rurais trabalha uma pauta bem extensa de postulações em relação à produção de leite e as suas metas são a divulgação e os encaminhamentos para órgãos governamentais e o setor de indústrias, na expectativa de encontrar soluções para as suas maiores dificuldades e apreensões.