Arroio do Meios – Aparelhos auditivos, órteses, próteses e elevadores adaptados para domicílios já podem ser financiados pela linha BB Crédito Acessibilidade. O anúncio foi feito na última quarta-feira, dia 31. A inclusão desses produtos nas linhas de crédito tem por objetivo viabilizar o acesso das pessoas com deficiência aos equipamentos e serviços de tecnologia. De acordo com o banco, a lista de bens financiáveis está de acordo com portaria publicada no Diário Oficial da União, no último dia 25.
O programa cobra taxa de juros de 0,57% ao mês para quem recebe até cinco salários mínimos ou 0,64% mensais para aqueles que têm renda de cinco a dez salários mínimos. O financiamento pode ser de até 100% do valor do bem ou serviço, com limite de R$ 30 mil por pessoa e prestações debitadas diretamente na conta corrente. O prazo é de quatro a 60 meses e a primeira prestação pode ser paga em até 59 dias.
O mesmo programa pode ser acessado de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Assistência Social. Em Arroio do Meio, segundo a assistente social Simone Führ, só neste ano, 30 deficientes auditivos foram encaminhados ao benefício, mediante a avaliação de exame de audiometria solicitado por otorrinolaringologista. Entretanto, a espera pelos aparelhos pode levar até dois anos.
Já o período de espera para o recebimento de próteses físicas, cadeiras de rodas e de banho, de acordo com a assistente, é de apenas três meses. Em 2012, nove deficientes físicos já foram beneficiados pelo programa, que é gerenciado na região pela 16ª Coordenadoria Regional de Saúde.
A dona de casa Cornélia Fink Hammes, 43 anos moradora do bairro Aimoré, Arroio do Meio, nasceu com deficiência auditiva, devida uma doença grave que sua mãe sofreu na gravidez. Sua família descobriu o problema quando Cornélia tinha três anos e ela usa prótese desde os quatro.
Deficiência auditiva em números
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que 9,8 milhões de brasileiros (5,2% da população) possuem deficiência auditiva. Destes 2,6 milhões são surdos e 7,2 milhões possuem grande dificuldade em ouvir. A Organização Mundial de Saúde aponta que 28 milhões de brasileiros (18% da população) possuem problemas ligados a audição.
Tecnologia motora – Produtos de última geração, como o joelho hidráulico (que custa de US$ 15 mil a US$ 19 mil) e a mão com sensores (R$ 28 mil a R$ 72 mil), recentemente lançados em congresso internacional na Alemanha, já estão disponíveis no país e conseguem devolver ao deficiente movimentos muito próximos do natural. Pena que para poucos.
Menos de 3% dos deficientes físicos brasileiros conseguem ter acesso a essa alta tecnologia, segundo a Abotec (Associação Brasileira de Ortopedia Técnica). Pelo censo de 2010, no Brasil, são 45,6 milhões de pessoas portadoras de deficiência quase 25% da população. Desse total, 8% têm deficiência física ou motora.