Estive longe na semana passada. Viajei para o estado de Roraima, no extremo norte do país. Não, de fato esse não é um destino turístico tradicional. Pouca gente empreende uma viagem de tantas horas para ver tão pouco. Seja como for, Roraima tem seus encantos. No mínimo, pode-se dizer que é um outro Brasil: o estado menos populoso, com apenas 15 municípios, e uma enxurrada de imigrantes que convergem de todos os pontos do país, notadamente aqui do sul.
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Roraima só ascendeu à categoria de estado no ano de 1988. Antes disso pertencia ao grupo dos territórios. Mas já tinha passado por outra importante mudança antes. Acontece que, até 1962, chamava-se território de Rio Branco e só a partir daí ganhou o nome atual.
Ao que tudo indica, a mudança de território para estado fez bem a Roraima. Na capital, que se chama Boa Vista, a população duplicou em apenas vinte anos. Hoje são cerca de 300 mil habitantes. Multiplicaram-se também as lojas e os serviços oferecidos. Em termos de ensino superior, por exemplo, Boa Vista conta hoje com quatro instituições públicas e cinco, particulares.
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No estado de Roraima as dificuldades com divisas e com proprietários de terras são coisa antiga, e continuam na ordem do dia. Desde o começo da colonização, no século XVII, houve litígios de fronteira com a Venezuela e com as Guianas. Segundo consta, a Inglaterra incorporou um bom naco do território à Guiana Inglesa. Hoje em dia as brigas se travam por outras razões. Agora, por causa da demarcação das terras reservadas para os indígenas. Falta muita coisa para resolver, mas os índios já são donos de quase 50% do território do estado. Locais que no passado produziram muito arroz e muito gado voltaram a ser ocupados pela mata, com o aplauso de uns e a indignação de outros.
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Se você consultar sites oficiais, será informado de que as temperaturas são agradáveis em Roraima, variam entre 20 e 38 graus. Agora, se botar o pé lá, vai ver que a história é outra. Localizada em plena região amazônica, a umidade é muito alta, o que eleva a sensação de calor. Nada, porém, que faça a gauchada arranchada por lá a abandonar o chimarrão diário. Seja em casa, seja no CTG. Isto mesmo, em pleno centro da cidade, o CTG se destaca. É o maior e mais importante ponto de reunião social de Boa Vista.