O último domingo foi o momento de reunir os devotos de Nossa Senhora dos Navegantes. Centenas de pessoas se reuniram, às 9h, em frente à comunidade do bairro Navegantes para realizar a procissão. A caminhada foi coordenada pelo padre Alfonso Antoni, responsável pela paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Como as procissões das outras cidades, a deste ano foi iniciada com um manifesto de força e pesar para as famílias das 237 vítimas do incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, que aconteceu em 27 de janeiro. Minutos depois, os devotos caminharam pelas ruas do bairro, sendo recebidos por alguns religiosos em frente de casa
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Tradicional também foi o acompanhamento musical. Ora instrumental, ora algum trecho da Bíblia cantado, se dirigiram até o acesso ao rio Taquari, onde a imagem da santa foi acomodada em um barco. A navegação durou alguns minutos, sendo prestigiada por estrelenses, que estavam do outro lado do rio.
Flores foram arremessadas ao rio e um rito de orações marcaram o trajeto da santa. Logo após, os devotos se dirigiram para a capela do bairro Navegantes, para a missa de celebração, comandada por Antoni.
Nossa Senhora de Navegantes
Este é um dos nomes dado à Maria, mãe de Jesus Cristo. A fé e a designação da Nossa Senhora dos Navegantes começou no século XV, com a navegação dos Europeus para a América do Sul, especialmente com os portugueses. Os viajantes solicitavam a proteção de Nossa Senhora para retornarem aos seus lares e Maria era vista como protetora das tempestades e perigos que a navegação proporciona.
A primeira estátua foi trazida de Portugal por Pedro Álvares Cabral. A imagem de Nossa Senhora da Boa Esperança foi levada até a Índia, onde uma capela em homenagem foi erguida e ali ficou até o século XVII, sob a guarda dos franciscanos. Atualmente, a mesma imagem está na Igreja da Sagrada Família, em Portugal.
No Rio Grande do Sul, a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes é encaminhada até Pelotas durante a procissão, sendo reverenciada no Porto daquela cidade. A santa também é a padroeira de Porto Alegre, uma das primeiras cidades colonizadas pelos portugueses e que mantém a tradição açoriana.

