No sábado passado estive em Arroio do Meio. Como sempre faço, depois do lauto almoço da dona Gerti Jasper, caminhei pelas ruas da cidade sem destino certo. Ao longo do trajeto fiquei impressionado com a repercussão alusiva aos 30 anos do Grupo Helmuth Kuhn, principalmente junto às lojas.
Praticamente todas as vitrines ostentavam fotos, indumentária ou objetos que lembravam uma das principais manifestações culturais do nosso município.
Já na Rua de Lazer um grupo de jovens – e outros nem tanto – descarregavam freneticamente todo tipo de objeto; batiam pregos e grampeavam pôsters, fixavam cartazes e trabalhavam com uma incrível determinação.
“Santo de casa não faz milagre” reza um ditado que, cá entre nós, sintetiza com doloroso realismo a postura de muitas comunidades que resistem em reconhecer a competência de artistas e de talentos nos mais diversos segmentos.
Assim como acontece em outras plagas, igualmente na Pérola do Vale muita gente arrumou as malas para ver seu talento reconhecido além fronteiras. Vejo com alegria, no entanto que com o Grupo Helmuth Kuhn foi diferente. A comunidade reconhece o valor destes artistas publicamente.
Acompanhei o início da trajetória de sucesso deste grupo nascido em São Caetano. Apesar dos percalços, situação normal em início de carreira, nunca faltou garra, determinação e doação de seus integrantes e dirigentes. Depois, ao longo dos anos, perdi de vista o Helmuth Kuhn, acompanhando apenas através das páginas do nosso jornal, O Alto Taquari.
Helmuth Kuhn, em algum lugar privilegiado, deve estar orgulhoso do grupo que empresta seu nome
À época de estudante do saudoso Colégio São Miguel, participei por anos a fio dos Canarinhos do São Miguel, grupo musical que varou o Estado sob a batuta da inesquecível professora Maria de Fátima Halmenschlager, jóia de uma família talentosa. Lembro de tardes estafantes de ensaios, repetições infindáveis, além de finais de semana de extrema dedicação, muitas vezes na companhia de pais e amigos que formavam uma grande família.
Manter a unidade do grupo, fortalecer o companheirismo, manter sob controle egos inflados e não perder de vista os objetivos que inspiraram a sua criação são desafios permanentes. A convivência conjunta – intensa, quase diária e muitas vezes temperada pela pressão e estresse – são tarefas cotidianas que exigem determinação para manter a chama da música acesa.
O Grupo Helmuth Kuhn venceu, é um sucesso comprovado.
O colorido das vitrines – inclusive das agências bancárias – confirma a trajetória que será sempre destacada com letras douradas nas páginas que contam a história de Arroio do Meio. Idealizadores do conjunto, seus integrantes e dirigentes, e também pais, amigos e pessoas próximas que viabilizam o combustível necessário para seguir adiante devem ser congratulados.
Parabéns ao Grupo Helmuth Kuhn! Nome de um grande arroio-meense que certamente, de algum lugar, vislumbra sorridente o sucesso de seus pupilos.

