O anúncio do encerramento das atividades produtivas de uma unidade da empresa Seara, localizada em Caxias do Sul, é objeto de notícias na mídia gaúcha, mas motivo de preocupação do setor da avicultura e de cerca de 500 famílias empregadas no estabelecimento.
Segundo se comenta outros setores industriais da região envolvida com a mencionada empresa deverão absorver a mão de obra disponível a partir do fechamento da agroindústria.
Possivelmente vai acontecer mais uma migração de um empreendimento para outra região do país, onde o custo de produção fique mais em conta, com os insumos mais abundantes e de menores preços. E não dá para contestar uma provável razão desta natureza uma vez que de longa data se discute e se cobra políticas de mudanças no conjunto da legislação fiscal. O atual modelo permite guerras entre os estados e, soma-se a esse fator a precariedade do sistema de transportes que onera o abastecimento das fábricas de rações, consequentemente, o nosso produto torna-se menos competitivo, mais caro, com menores ganhos, inclusive para o produtor.
Outra constatação em relação à produção de frango é o dado estatístico que indica que no Brasil temos hoje um consumo anual, per capita, de 45 quilos. Afirma-se que este é um número elevado, a nível mundial, colocando o país como o sétimo maior consumidor de carne de frango, na relação de quantidade por habitante.
E uma terceira informação relativa à produção de frango de corte é a possibilidade de conquista de um novo mercado. Trata-se do México, que, em consequência de questões sanitárias, doenças, teria, atualmente, uma necessidade de buscar fora um volume razoável para suprir a demanda.
Duas semanas de Bolsa Família
A polêmica criada a partir de um boato sobre um possível término do Programa Bolsa Família repercute já pela segunda semana consecutiva. Após tentativas em descobrirem a autoria ou a origem do falso alarme, esclareceu-se esse ponto, mas restaram diversos outros detalhes que estão sendo motivos de discussões.
O programa criado há mais de 10 anos tem, indiscutivelmente, seus méritos, pelo seu caráter social. O que chama a atenção é o número de beneficiários que de 2003 pulou de cerca de 3 milhões de famílias, para quase 14 milhões de famílias neste momento.
Há uma análise dando conta de que se criou, ao longo dos anos, uma grande dependência da população em relação ao benefício. Pois os dados, salvo melhor juízo, estão contradizendo a tese de que o programa teria “tirado da miséria” milhões de brasileiros e, curiosamente, o número de necessitados cresce assustadoramente, cada vez mais.
As imagens mostradas, falando da correria da população às agências bancárias, para a retirada do Bolsa, não refletem situações de pessoas tão carentes assim. Via-se muitos jovens, com aparente força de trabalho, demonstrando boas condições físicas.
A impressão que se tem é que transformou-se em permanente um benefício que tinha o caráter ou o perfil de ser temporário. Na medida em que o programa for convertido em instrumento de estímulo à busca de soluções definitivas, ele passa a justificar-se melhor e ser mais compreendido por todos os que assistem cenas como as que a imprensa mostrou nestes últimos dias.

