Ocorre neste sábado a gravação do primeiro DVD ao vivo da banda arroio-meense Barbarella. O evento ocorre na Lupus Land, quilômetro 1,5 da Rota do Sol, em Estrela. Os portões abrem às 21 horas
A banda é uma das mais antigas do Brasil em atividade, desde 1970, com mais de 8 mil shows por toda a região Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, 11 álbuns lançados, mais de 120 músicas gravadas e milhares de discos vendidos.
De acordo com o gerente geral e tecladista, Ivo Spohr, o acontecimento é o resumo de uma trajetória de quatro décadas de shows ininterruptos que possibilitaram vivência de toda uma mudança, cultural, econômica, geográfica, política e social do país, fatos esses que se misturam com a própria história da banda.
A formação atual ainda conta com Darlan Spohr no contrabaixo, Michel Presser na bateria, Ismael Luedke na guitarra e Nando Rosa nos vocais. Durante o evento, ex-integrantes que marcaram a história da banda serão homenageados por meio de participações especiais. Entre eles, os vocalistas Edson Leite e Milton Kunzler. “Muitas surpresas vão rolar durante o show”, destaca o front man, Nando Rosa.
As filmagens serão feitas pela Fundação Jocimo, responsável pela Rede de TV Vida. A promoção é do Django Produções. Segundo Ivo, os ensaios e organização em torno do registro histórico já estão sendo feitos há três meses.
Em 28 de novembro, a banda tocará juntamente com corais, num culto ecumênico de Ação de Graças e de aniversário de Arroio do Meio, na Rua de Eventos, às 20 horas.
Quatro décadas de história
O tecladista, gaiteiro, saxofonista, violinista e professor de música, Ivo Spohr, líder e integrante mais antigo do Barbarella, subiu no palco em todas as apresentações do grupo. Considera-se mais do que realizado profissionalmente por apostar todas as fichas no sonho de constituir uma banda de pop/rock. Ivo revela que o Barbarella fluiu naturalmente. “Era 1968, tinha 18 anos e integrava o musical Vida Alegre com meus irmãos. Desde logo tínhamos o intuito de focar nosso trabalho para o público jovem e uma de nossas inspirações era o The Fevers, grupo que também continua em atividade. Entre as canções do repertório estava a música do filme Barbarella, na época cantada por Inácio Schneiders, que veio a determinar o nome do novo conjunto. Mais tarde, em razão das constantes viagens, Rubem e Norberto Spohr voltaram para o Vida Alegre e eu e Auri tocamos o Barbarella”.
O músico conta que a dedicação durante a trajetória, que possibilitou a gravação de onze álbuns – quatro LPs e sete CDs – foi e ainda é contínua. Além de sucessos estourados nas rádios do sul do Brasil, por duas ocasiões, em 1996 e 1999, a banda recebeu o troféu Incitatos, ficando entre as melhores do Estado, ao lado de sensações como musical Impacto de Porto Alegre e Itamoné de Caxias do Sul. Em 1989 o Barbarella recebeu o prêmio Alicerce Artista do grupo Independente e em 1978 ficou em primeiro lugar no Festival de Música Regional Frempat, promovido em Arroio do Meio. De acordo com Ivo, a participação no programa Domingão do Faustão não aconteceu por detalhes. “A produção queria um Uno Mille zero por música, achamos arriscado demais”. Em 1995, o Barbarella se apresentou no Clube do Bolinha, apresentado por Edson Cury na rede Bandeirantes.
Durante esta vangloriosa história, além das formações que marcaram cada fase, algumas parcerias bem sucedidas nas composições foram fundamentais para criação de hits que fixaram a identidade Barbarella na mente do público. Dificilmente alguém da região sul, em um dado instante de sua vida, não rendeu os seus ouvidos ao dom de letristas como Élio Luis Secchi (1º e 2º álbum), Edson Leite e Milton Kunzler (3º álbum), Alex Nunes Rodrigues (responsável pela faixa Chocolate), e recentemente a colaboração de Dom Marco, do Anjos do Hanngar, agregado ao talento e à sensibilidade musical de Ivo na produção e criação de arranjos. Atualmente a tarefa mais nobre e instigante, a criação da imagem acústica, é desenvolvida pelo vocalista Nando Rosa.