O 5º Seminário do Leite apresentou um desafio para os produtores arroio-meenses. Logo na abertura do evento, o técnico da Emater da cidade, Roque Telöken, lançou um desafio: passar dos atuais 25 milhões de litros de leite por ano para 30 milhões ao ano.
“A cadeia leiteira de Arroio do meio é forte. Temos muitos avanços”, destacou em seu pronunciamento de abertura. “Imaginem o quanto isso representará em toda a cadeia, que envolve também insumos e serviços, por exemplo.”
Para Telöken, a ideia, a ser atingida em médio prazo – caso aceita pelos produtores – é possível. Ele ressaltou a qualidade e a capacidade produtiva do município, bastando apenas querer. “Temos capacidade humana e de animais para chegar neste ponto.”
O secretário de Agricultura, Paulo Heck, disse que essa meta é possível de ser atingida. Lembrou que os produtores locais já conseguiram, em um ano, aumentar em 16,6% a produção diária de leite. Neste ano, são produzidos, em média, 63 mil litros do produto diariamente, ante 54 mil registrada em 2012. Heck lembrou que os programas de incentivo desenvolvidos no município, aliado aos novos métodos de manejo, contribuíram para esse resultado.
O prefeito Sidnei Eckert foi além: o aumento também foi possível devido a parceria da secretaria de Agricultura com Emater, Conar, STR e Inspetoria Veterinária. “Com uma agricultura forte, vêm as indústrias e, com elas, o comércio e a prestação de serviços.”
O evento foi realizado no CTG Querência de Arroio do Meio, com uma promoção do município, sendo apoiado por STR, Conar, Languiru, Dália Alimentos, Sillage School, Emater/RS e Boqueirão.
Palestras
O seminário contou com cerca de 170 participantes e foi dividido em dois momentos. Pela manhã, falou-se sobre como melhorar o trabalho nas propriedades. À tarde, foi a vez de se discutir a sucessão na propriedade rural arroio-meense.
Renato Fontaneli, engenheiro agrônomo da Embrapa, foi quem abriu os trabalhos. Em quase uma hora, falou sobre a importância de se trabalhar de maneira qualificada com a pastagem. Segundo o material apresentado, ela representa entre 40% e 60% do custo de produção leiteiro.
“Sempre que possível, temos que otimizar o que tem o menor custo para a produção. No caso, o pasto.” De acordo com os dados apresentados, o uso de grãos aumenta em até 4,5 vezes o custo de produção, em relação ao uso do pasto.
Conforme Fontanelli, é necessário que cada agricultor adapte o manejo da pastagem conforme a sua realidade.
A segunda palestra foi do diretor técnico da Lallemand Animal Nutrition, Edson Poppi. O zootecnista falou sobre os cuidados necessários para oferecer uma silagem de qualidade ao rebanho. Dependendo de como estiver a qualidade, os animais podem até ter problemas de reprodução.
Sucessão familiar
A permanência do jovem no campo também foi um dos pontos tocados no seminário. Um dos que apresentaram a sua realidade foi Robson Steffens. Aos 20 anos, o jovem pretende permanecer na propriedade dos pais. “É uma maneira de valorizar todo o investimento feito por eles desde que chegaram em Arroio do Meio.”
A família de Steffens começou por baixo. Aos poucos, fez diversos investimentos, principalmente em modernização. O baixo custo de produção e a possibilidade de maior renda permanecendo no campo são os que o atraem para continuar com a atividade do pai.