Arroio do Meio – O número de motocicletas cresceu muito nos últimos anos em todo país. Baixo consumo de combustível e fácil mobilidade em relação aos veículos de quatro rodas motivam parte dos condutores a preferir esse tipo de transporte.
No município estão registrados 7.082 automóveis e 3.861 motocicletas rodando. Somando-se a frota desses dois tipos de veículo, o índice de motocicletas ultrapassa os 30%. Com mais veículos também há elevação do número de acidentes envolvendo motocicletas. Neste ano, foram registrados 14 acidentes na cidade: quatro sem lesão; sete com condutor lesionado e três autolesões, quando o piloto da motocicleta se acidenta sozinho.
Preocupado com esses números, o prefeito Sidnei Eckert convocou uma reunião com autoridades do município para discutir o assunto. Participaram representantes da Brigada Militar, do Departamento de Trânsito, da Defesa Civil, da Câmara de Vereadores, do Conselho Municipal de Saúde e a proprietária do Centro de Formação de Condutores da cidade.
Para o sargento Otirlei Fell, muitos jovens pilotam motocicletas sem habilitação e a responsabilidade é dos pais. “Eles querem aparecer (sic) e fazem malabarismos e quando chegamos ao local eles fogem. Os pais são responsáveis, porque são eles que dão as motos para os filhos”, afirma.
A proprietária do Centro de Formação de Condutores (CFC), Zora Schweizer, concorda com o sargento. Para ela é uma questão cultural. Ela lembra que o candidato a carteira de motorista passa por 20 aulas práticas de 50 minutos para obter a CNH e muitos candidatos já chegam na Auto Escola sabendo pilotar motocicletas. “Eles dizem que têm que fazer certo para passar na prova e depois esquecem como se deve fazer.”
O coordenador do Departamento de Trânsito, Luiz Firmino Soares, que também trabalha como instrutor de trânsito, reforça que muitos alunos chegam no CFC sabendo pilotar. “Esses alunos já andam em motocicletas antes mesmo de fazer a carteira.” Ele finaliza dizendo que esse é um meio de transporte extremamente barato. “Uma pessoa que ganha um salário mínimo consegue comprar uma moto, por isso o alto número de motocicletas trafegando na cidade.”
Para o prefeito, é preciso pensar em ações específicas para enfrentar o problema. “A situação está piorando. Precisamos fazer algo para chamar atenção dos pais desses jovens. Pensar em alguma campanha, criar um folder chamando atenção, alguma coisa nesse sentido.”
Ainda neste mês uma reunião será marcada para falar mais sobre o assunto. A ideia é criar uma comissão de trânsito para discutir o problema e levá-lo para a Câmara de Vereadores.