A escola ensina uma infinidade de coisas. Ensina a curar uma gripe, ensina a calcular porcentagem, a pilotar um avião. Ensina, até, a construir objetos inteligentes. Mas a escola não sabe como ensinar as matérias mais importantes da vida.
Ao menos é assim que pensa o grupo que inventou The School of Life (A Escola da Vida), uma organização fundada em Londres no ano de 2008 e que já recebeu ali, como alunos, mais de 50 mil pessoas vindas do mundo inteiro.
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A Escola da Vida se ocupa com questões práticas ligadas às reais dificuldades da vida real. Ensina, por exemplo, como encontrar um trabalho mais gratificante, como lidar com o luto, como melhorar os relacionamentos, como envelhecer bem e, até, como mudar o mundo – entre outros temas. Tudo isto com o apoio das ideias desenvolvidas por pensadores, escritores e artistas de todos os tempos.
The School of Life desenvolve cursos e palestras, publica livros, dá consultoria empresarial, cria filmes, produz e vende objetos, tudo isso com o intuito de melhorar a vida cotidiana das pessoas. Não tem nada a ver com nenhuma religião nem universidade ou organização já existente. Além de Londres, desenvolve atividades nas cidades de Paris, Melbourne, Istambul, Antuérpia, Belgrado, Amsterdã e, mais recentemente, também em São Paulo e no Rio de Janeiro. Aliás, o programa brasileiro de cursos e palestras está disponível para inscrições, com as datas e os temas agendados para os próximos meses deste ano.
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Um dos recursos de ensino que The School of Life gosta de empregar é a biblioterapia. A biblioterapia consiste em utilizar livros ou trechos de livros para ajudar as pessoas. Quando se colocam no lugar de personagens que vivem situações parecidas com as suas, as pessoas conseguem enxergar melhor seus problemas e as soluções possíveis. O fato de ver que mais gente enfrenta dificuldades parecidas por si só é um consolo. De outra parte, a leitura e o debate dos temas dá combustível para a mente se ocupar de assuntos diversos, para além dos pensamentos angustiantes que podem estar sendo uma tortura.
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– Você quer ser uma pessoa mais criativa?
Pois The School of Life tem muitas sugestões a dar. A primeira recomendação é buscar mais silêncio e solidão – bem na contramão do estilo de vida praticado no nosso tempo. É também este o pensamento de Eward Gibbon que garante: “a conversa enriquece o entendimento, mas a solidão é a escola do gênio”.
É difícil criar qualquer teoria sólida sobre a criatividade humana – reconhecem as publicações da Escola. Mas, a julgar pela observação prática e por quase todas as biografias de artistas e de cientistas, períodos de solidão podem ser fundamentais. Aprender a ser solitário e feliz com a solidão é proceder mais ou menos como o lavrador que limpa o campo e ali deposita a semente. A nudez da terra é exatamente a condição para que novas plantas consigam brotar.