Estende-se até o dia 31 deste mês, a campanha de vacinação contra a Febre Aftosa. Neste período devem ser imunizados todos os bovinos e bubalinos. Neste ano, as doses gratuitas serão disponibilizadas para os agricultores enquadrados no Pronaf com até 30 animais. Criadores que possuem mais de 30 cabeças devem comprar as doses, e apresentar nota fiscal nominal na Inspetoria Veterinária.
O produtor que deixar de adquirir a vacina até o fim do prazo terá a propriedade bloqueada no Sistema de Defesa Agropecuária, o que impede a compra e venda de qualquer espécie animal, até regularizar a situação. Além disso, o proprietário que não vacinar o rebanho será multado em um valor inicial de 600 Unidades Padrão Fiscal (UPF) mais uma UPF por bovino não vacinado. O valor da UPF é de R$ 15,48.
Após expirado o prazo da campanha, o animal não vacinado só poderá sair da propriedade depois do produtor comprovar sua imunização. O chefe da Inspetoria Veterinária de Arroio do Meio, o médico veterinário Luiz César Cougo, ressalta que a responsabilidade pela vacinação é do criador e é imprescindível para garantir a sanidade do rebanho e a continuidade das exportações. Ele explica que a redução do número de doses gratuitas do Programa Pronaf se deve ao ajuste financeiro que o Estado vem fazendo para equilibrar as contas públicas. “Como em outras pastas, a destinação de recursos para agricultura reduziu 30%”, lamenta.
O secretário da Agricultura, Paulo Heck, se mostra preocupado com a atual situação, já que o número de vacinas gratuitas do Programa Pronaf reduziu de 100 cabeças para 30. “Pode faltar vacina na região. Além das doses disponibilizadas pelo Estado, no ano passado, foram comprados pelos agricultores 2.500 unidades, este ano devem ser compradas sete mil doses. A vacina é encontrada somente em um local em Lajeado. Por isso, pode haver falta do produto na região”, comenta.
Ele ressalta ainda a importância da vacinação contra a aftosa a as consequências para quem não vacinar. Deu exemplo de um produtor com 31 cabeças que deixou de apresentar a nota da compra na inspetoria veterinária. “Este produtor poderá ser multado em R$ 1.400 e, pior ainda, quanto maior for o número de animais, maior será a multa”, comentou.
A febre aftosa
A febre aftosa é uma doença grave, altamente contagiosa, responsável por grandes prejuízos econômicos sociais. Afeta principalmente bovinos e búfalos de todas as idades, mas pode infectar outros animais de casco bipartido, como suínos, ovinos e caprinos. Os principais sintomas são: salivação em excesso e claudicação, ou seja, quando o animal manca. A doença causa também aftas na língua e na boca, feridas nos cascos e tetas, febre alta e perda de apetite.
A última ocorrência de Febre Aftosa no Rio Grande do Sul ocorreu entre 2000 e 2001, quando 52 focos foram confirmados. As ocorrências foram registradas em diversos municípios do Rio Grande do Sul e trouxe grandes prejuízos à economia gaúcha. As principais consequências foram o sacrifício de 26 mil animais e o gasto aproximado de R$ 11 milhões em ações sanitárias para a contenção da doença, além das perdas econômicas geradas pelo impedimento da venda de produtos de origem animal e vegetal.
Cuidados com a vacina
A vacina deve ser mantida a temperatura de 02 a 08ºC. Por isso, é fundamental que os frascos permaneçam na geladeira e, quando o produtor for transportá-las ao local da aplicação, deve colocá-las em uma caixa de isopor com gelo.

