Um livro intitulado “Fora de série” está na moda. A toda hora alguém cita a ideia principal da obra. Não admira que haja tanto interesse. Ainda na capa, o autor Malcom Gladwell promete esclarecer “por que algumas pessoas têm sucesso e outras não”.
Com base em vários exemplos, o trabalho de Gladwell demonstra que são necessárias dez mil horas de treino ou de estudo para alguém se tornar realmente bom em alguma coisa e, por consequência, alcançar sucesso. Isto mesmo, dez mil horas. Ao menos!
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Isto significa que, se você quer ter chance de se tornar um campeão olímpico, por exemplo, tem de dedicar três anos e meio de sua vida a treinar durante oito horas por dia todos os dias, inclusive sábados, domingos e feriados. A partir deste ponto, pode pensar em ser levado a sério.
Por outro lado, quem destinar em torno de quatro horas por semana a um hobby – como tocar piano, jogar tênis, dançar balé – vai demorar 52 anos para acumular as tais dez mil horas que lhe permitiriam, segundo Malcon Gladwell, ganhar destaque entre os melhores.
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A teoria das dez mil horas tem granjeado muitos admiradores. Mas também existe quem não concorde com ela.
É o caso do professor de psicologia da Universidade da Flórida Karl Anders Ericsson. Segundo Ericsson, o número necessário de horas de dedicação depende da área. Pode ser verdade que alguns campos muito estruturados demandem treinamento longo e permanente. Mas em outros, como o esporte ou os negócios, o sucesso depende mais da sorte e do acaso do que de qualquer outro fator.
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Nesta mesma direção correm os estudos do empresário, escritor, e palestrante Frans Johansson. Frans é um cara interessante. Já viu muita coisa na vida. Nasceu na Suécia, filho de pai sueco e mãe descendente de negros e de indígenas americanos e foi educado nas melhores universidades do mundo. Frans andou muito.
Em 2012 lançou um livro intitulado “O momento do click”. Ali procura demonstrar que o mundo é imprevisível e que aproveitar as oportunidades, frequentemente inesperadas, é o que faz toda a diferença. Suas ideias desbancam a tese das dez mil horas.
Um dos exemplos de Johansson é a Nokia, empresa que dominou o mercado dos celulares, mas falhou em perceber o potencial dos smartfones. O que faltou para a Nokia foi um “click”.
E como se faz para ter um “click”?
Bom, aí é preciso comprar o livro. Custa perto de R$ 40 e pelo que promete ensinar, é uma barbada imperdível.