Esta foi a manchete mais importante que li na imprensa esta semana. Publicada à página 10 do Correio do Povo, edição da última terça-feira, dizia o texto: “O Ministério da Educação vai lançar programa para incrementar a ética na formação educativa das escolas do país. O anúncio foi feito pelo ministro Renato Janine Ribeiro na conferência ‘A ética é o que nos faz falta’, proferida no Encontro Internacional Educação 360, realizado no Rio de Janeiro na semana passada”.
O novo conteúdo deve prever o desenvolvimento de atividades que exigem a participação efetiva dos pais. A falta de limites que se presencia em todos os ambientes da vida moderna é prova da falta de comprometimento de muitos responsáveis que deveriam ensinar os princípios mínimos de educação. No shopping, supermercado, dentro de um avião, na praça ou nas escolas é possível detectar sinais evidentes da omissão dos pais na rotina dos filhos.
Dar o exemplo é fundamental para exigir dos filhos um comportamento decente
Os argumentos usados para justificar a falta de limites vão do cansaço à rotina estressante dos pais. A paternidade/maternidade é um exercício exaustivo, de repetição diária. Ao despertar é preciso ter em mente que se trata de um novo dia para fortalecer os valores indispensáveis na construção do cidadão de bem.
O descaso com a educação no Brasil “apresenta a conta”, com uma geração despreparada para conviver com frustrações, perdas e conflitos. A agressividade das redes sociais comprova intolerância para encarar as agruras da vida. Obcecados em levar bem-estar e facilidades aos herdeiros, os pais adotam uma atitude equivocada que impede o enfrentamento dos reveses do dia a dia.
A acomodação inclui permissividade com o “jeitinho”, admitindo todo tipo de atitude para alcançar facilidades e lucros. A ética está fora de moda no Brasil há décadas. Os maus exemplos proliferam. Estão em Brasília, na iniciativa privada e dentro de casa. A melhor atitude, na educação – sempre! – é dar o exemplo, sempre. Só isso dá autoridade moral para exigir-se comportamento decente dos filhos.
Adotar o “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço” só estimula comportamentos condenáveis, além de fomentar a corrupção que corrói a sociedade assolada por escândalos. A ética precisa voltar ao currículo. E para dentro das famílias.

