Vale do Taquari – O El Niño veio com tudo neste ano. Granizo, vento e principalmente o excesso de chuva são características bem marcantes deste fenômeno climático. Na região, além de se ter centenas de construções com perdas em função do granizo e da enchente, a produção rural está bastante atrasada ou afetada.
A safra do milho, por exemplo, está com o plantio atrasado em praticamente todos os municípios e vai ser tornar mais onerosa para os produtores. Acontece que muitos já estavam com o solo adubado e o excesso de chuva impediu a entrada na lavoura e, consequentemente, o plantio. Da mesma forma, quem plantou teve de replantar, já que a germinação ficou muito comprometida com o solo encharcado. Assim, com a necessidade de adubar a terra duas vezes e replantar, o custo vai subir consideravelmente.
Por outro lado, o levantamento da Emater Regional aponta aumento na produtividade, já que a chuva é benéfica para o desenvolvimento da cultura do milho. A projeção da safra do milho para silagem, por exemplo, tem a elevação de 3,7% na estimativa inicial de produtividade, segundo o engenheiro agrônomo da Emater Regional, Alano Tiago Tonin. Antes do início do plantio estimava-se colher 30.285 quilos de massa verde por hectare. Agora a expectativa é colher 31.400 quilos por hectare. Já na safra de milho para grão a projeção de produtividade tem um aumento de 4,6%.
Mesmo ampliando a produtividade, os produtores vão amargar o prejuízo de ter um investimento maior no plantio e uma safra a menos. Em algumas áreas, onde os produtores fazem safra e safrinha de milho para silagem, em função desse atraso será impossível completar os dois ciclos da cultura.
Em Arroio do Meio a estimativa é de que os prejuízos na agricultura ultrapassem os R$ 4 milhões. São 550 hectares de milho perdidos, 50 hectares de trigo, 300 hectares de pastagens e a redução na produção de leite. Além disso, assim como nos demais municípios, os acessos e as estradas ficaram bastante comprometidos com a chuvas, necessitando de reparos.