Arroio do Meio – Com o objetivo de sensibilizar para a importância da convivência orgânica, de que sem o outro não somos, ocorre na Univates, no Foyer do Teatro, de 19 de outubro a 06 de novembro, a exposição “Arrebanhando – Sem o outro não somos”.
Durante um processo de modelagem seriada, da necessidade de compartilhar com as pessoas na forma de ovelhas, na macro fotografia e na sensibilidade das palavras que surgiu o sentido da exposição. A ceramista Claudia Jung afirma que ninguém se justifica sozinho. “A gente só existe porque existem outras pessoas. As outras pessoas nos justificam, justificam nosso ser, o objetivo em nossa vida”.
A confecção das ovelhas iniciou em abril. Ela se recorda de que quando era pequena, durante o verão ia para o rio ajudar a lavar a lã. Assim a ida ao rio não era só para divertimento e banho, mas sim ajudar a mãe na tarefa de lavar a lã. “E a lã tem essa coisa do acolhedor. Minhas ovelhas acabaram saindo redondas pois acredito que tem muito a ver com o materno, o seio, o útero. Acho que o redondo sempre me leva ao feminino, o lado mãe”.
Como forma de divulgar a exposição, foi criado um evento no Facebook (Arrebanhando – Sem o outro não somos), que retrata por meio de fotos e texto o real sentido do projeto. Além de Claudia, o projeto conta com o apoio do fotógrafo Ivan Pielke, da escritora Ivete Kist e dos organizadores e divulgadores da exposição, Heinz Schnack, Marina Helena Müller, Josué Delazari e Angelica Difenthaler.
Segundo a ceramista, a necessidade desta divulgação é ir contra essa falsa aproximação que a gente vive nos dias de hoje. “Os meios virtuais ao mesmo tempo em que aproximam, também acabam afastando e a gente acaba sendo seletivo até com os grupos que a gente convive na internet”. Para ela, isso acaba criando uma tribalização nas redes sociais e o grupo desta exposição tenta ir contra essa tendência.
“A minha ideia como artista é ir além, chamar a atenção e estimular as pessoas a voltarem a conviver além, de conhecerem as pessoas com quem elas conversam virtualmente. Conectados com frequência à internet, nos desconectamos da realidade e a ideia é de que as pessoas se deem conta dessa aproximação, da importância de conversar olhando no olho do outro”, conclui.