Nessa semana a praça Adolfo Lauffer no centro de Marques de Souza está tomada por eventos culturais que ocorrem até amanhã através do Recrearte Sesc, uma unidade móvel que tem percorrido a região levando cultura e lazer proporcionando informação, conhecimento e desenvolvimento integral. Ações lúdico-educativas, espetáculos teatrais, musicais e sessões de cinema são oferecidas gratuitamente para a comunidade em geral que pode usufruir diariamente do parque de infláveis e visitar a exposição de mostra didática, além da apresentação de peça teatral Para este sábado são diversas as atividades, iniciando às 14h com Parque de Infláveis, Exposição de Mostra Didática, Natal premiado da Acimas, apresentações do Musical Xepa com Voz e Violão e Musical Ricardo Petter. Para às 20h ocorre o Cine Sesc de Rua com a exibição do filme Contos Gaúchos de Simões Lopes Neto.
Reproduzimos a seguir a coluna de Fabrício Carpinejar na Zero Hora de terça-feira sobre seu momento de “gula” no Restaurante Colonial Stacke na BR-386 em Picada May, Marques de Souza. Está com toda a razão: impossível se conter à mesa no empreendimento da família Stacke. “A gula estraga o almoço e a janta. Transforma o que era bom em ruim, a comida sonhada em pesadelo, a paixão dos sabores em escravidão digestiva. Estamos satisfeitos, comemos bem, mas o olho grande não abandona o prato. Mas o olho grande vai dizendo sim para mais uma porção. Mas o olho grande jura que é o fim do mundo. Mas o olho grande é um cachorro brigando pelo osso. Mas o olho grande continua repetindo.
Mas o olho grande avança nas bandejas para não sobrar para ninguém. Mas o olho grande é egoísta e já trata qualquer familiar ou amigo como adversário. Mas o olho grande não come o necessário, come três vezes o necessário, ele nos faz acreditar que não teremos uma nova chance daquele banquete e que precisamos aproveitar. O olho grande é um pobre dentro de nossos pensamentos, um chinelão, um mendigo, um vândalo, um ladrão. Eu me sentia feliz até aquela garfada, em seguida ficarei triste, bovino e pesado. Experimento um porre a seco, um porre alimentar, atravessei o meu limite, a ressaca é inevitável. Por que me saboto? Custava parar um pouquinho antes. Sei o momento de desistir, é quando não baixei ainda a cabeça, é quando ainda converso, é quando ainda me mantenho sociável e amável. Em minutos, mudarei a minha personalidade. O doce virará veneno. É empunhar novamente a faca e corto também a fruição, forçando a boca a acompanhar a mente insaciável. Serei agressivo, antissocial, depressivo, suicida. Não suporto nem mais encarar as pessoas na minha frente. Quase grito: “Vão embora, me deixem em paz!”. Não aprendo com a reincidência. Ainda mais quando reencontro pela frente as minhas favoritas iguarias lasanha, pizza e massa quatro queijos. Na semana passada, voltei a um dos meus restaurantes prediletos, o Café Colonial em Marques de Souza (RS), só que comi cinco bifes na chapa, cinco salsichas bock, três porções de feijão com banha e duas fritas. Não conseguia respirar depois. Fui correndo nadar no borbulhante sal de frutas. Passei o dia enjoado, encalhado, inútil, arrotando, acenando para uma Samu do inconsciente. Não devemos parar de comer o que gostamos, o que devemos é apenas controlar. O ideal é sair com um pouquinho de fome da mesa, despistar a gana reservando um espaço imaginário para a sobremesa. O exagero mata o prazer. O exagero mata os melhores cozinheiros.”

