Recentemente a Organização Internacional do Trabalho (OIT), órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU) manifestou uma preocupação sobre a grande incidência de problemas de saúde dos trabalhadores rurais brasileiros.
Segundo a OIT “o esforço repetitivo e o carregamento de cargas, entre outras tarefas do campo, fazem com que muitos agricultores sejam acometidos por doenças ocupacionais, estando as atividades agrícolas entre as que envolvem maior risco de lesões, doenças e acidentes, que podem levar, inclusive, à invalidez. E a cada ano, milhares de trabalhadores rurais submetem-se a exames médicos periciais para comprovar a incapacitação laboral, decorrente de alguma lesão física”.
Já o Ministério do Trabalho e Previdência Social registra que a ocorrência mais comum, em se tratando de lesões ou acidentes de trabalho, é a dorsalgia, que provoca fortes dores nas costas. No período de 2009 a 2013, aconteceram 20.931 casos de atendimentos de dores costais. E no mesmo período, outros 8.448 casos de ferimentos de punhos e de mãos teriam sido contabilizados.
Há ainda a observação de que as lesões são mais comuns ou frequentes entre os homens, na faixa etária de 55 e 59 anos.
Com certeza os números mencionados não são mais expressivos, porque muitos trabalhadores rurais, embora sofressem com dores, não procuram atendimento adequado, enquanto puderem suportar o desconforto. O fato de terem que se submeter a avaliações periciais e muitas vezes receberam uma negativa com relação à concessão de benefício previdenciário, os faz suportar o sofrimento, pelo menos até chegar à idade da aposentadoria.
O trabalho da roça é penoso e normalmente as tarefas são executadas sem que o trabalhador tenha a preocupação com a postura ideal. E quem passa horas em cima de um trator, por exemplo, sofre as consequências da trepidação, além de uma posição incômoda de ficar grande parte do tempo olhando para trás.
Assalariados rurais
Nesta sexta-feira, 27, o Movimento Sindical de Trabalhadores Rurais do Rio Grande do Sul, terá o acréscimo de uma nova sigla. Ocorre hoje a fundação da Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais do Rio Grande do Sul – FETAR-RS.
Desde o início da década de 1960, quando surgiu no Estado a organização e estruturação dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais e a própria Federação dos Trabalhadores Rurais, os trabalhadores assalariados rurais sempre integravam e participavam dessa organização.
Nos mais de 50 anos de existência a FETAG-RS vinha concedendo um espaço aos assalariados rurais, através de uma comissão específica, com atividades de assistência e orientações.
A região do Vale do Taquari não possui a tradição de contar com assalariados rurais uma vez que a nossa característica difere um pouco de outras regiões do Estado. Aqui a maioria dos trabalhadores rurais são proprietários, normalmente de pequenas áreas (minifúndios). Mas temos essa realidade em diversos municípios, principalmente nas áreas de campo, propriedades extensivas, onde os “empregados” estão na condição de assalariados rurais, beneficiários da Previdência Rural.
Limite na importação de leite
O Instituto Gaúcho do Leite está renovando um apelo ao Ministério da Agricultura para que adote uma definição, estabelecendo uma cota para as importações de leite do Uruguai, que é, na verdade, uma reivindicação antiga e tem o objetivo de proteger a cadeia produtiva nacional.Convencer o governo federal a tomar uma atitude parece ser uma tarefa não fácil, eis que o mesmo procurará manter relações comerciais envolvendo itens industriais.No mês de outubro passado o Brasil importou um volume equivalente a 8,6 mil toneladas de leite em pó do Uruguai, além de trazer da Argentina expressiva quantidade do produto. Continuamos estimulando o produtor de fora em detrimento do apoio que deveríamos oferecer aos nossos agricultores.