Duas manchetes veiculadas na capa da última edição do nosso O Alto Taquari revelam o contraste motivado pelo desenvolvimento. No alto da página: “Cosuel projeta investimento superior a R$ 81 milhões”. Num momento de estagnação econômica, é motivo de grande orgulho para todos os arroio-meenses saberem que a prefeitura vai investir R$ 2,25 milhões e que lutou para manter a ampliação em nosso território.
A matéria da página 5 – rica em detalhes – mostra que serão construídos 14 prédios às margens da ERS-130. Além da geração de empregos – desde a construção até o efetivo início do funcionamento da unidade -, a alvissareira notícia significará a ampliação na arrecadação de tributos por parte do município. Isso representa mais recursos em educação, melhoria de estradas, infraestrutura e pavimentação de ruas e avenidas.
O amigo Orênio Ardêmio Heineck contou que o prefeito Sidnei Eckert entrou com força para assegurar o investimento, informação ratificada na matéria do jornal por Norberto Dalpian, Secretário Municipal de Indústria, Comércio e Turismo. Além de diversos municípios gaúchos, os estados de São Paulo e do Paraná estavam no páreo para sediar a unidade da Cosuel.
A vitória de Arroio do Meio nesta queda de braço enche os moradores de orgulho e significará novas oportunidades de emprego – diretos e indiretos – a partir da ampliação anunciada.
Não se pode calar diante das agressões à natureza
Mas como nem tudo são rosas, a mesma capa que revela novos horizontes industriais para o nosso município trazia uma pequena manchete, mas de grande significação: “Poluição volta a matar peixes no arroio Jararaca”.
Trata-se de um pequeno veio d’água localizado perto da sede do The Horse, em São Caetano, onde meus filhos se refestelavam nas tardes de sábados de verão quando eram crianças. Vizinhos denunciam a ocorrência frequente de crime ambiental, certamente através do despejo de resíduos tóxicos.
Apesar da gravidade da informação, consola saber que o promotor Paulo Estevam Araújo orgulha as tradições do Ministério Público, responsável por passar o país a limpo em diversos segmentos da sociedade. Residente nas proximidades, a aposentada Norma Gutierrez contou ao repórter do O Alto Taquari que no dia anterior à mortandade de peixes “a água apresentava coloração esbranquiçada e exalava mau cheiro”, o que é altamente preocupante.
Trata-se de mais um fenômeno que parecia distante das pequenas comunidades, mas que atingiu proporções de catástrofe diante da destruição de mananciais hídricos em muitas regiões do Brasil. É hora da comunidade se levantar, denunciar e não calar diante daqueles que ignoram a importância dos recursos naturais.
O desenvolvimento só tem valor quando é acompanhado de qualidade de vida e possibilidade de uma vida melhor. E a poluição é exatamente o contrário: destruição, morte e perspectivas assombrosas para um futuro temerário.

