Arroio do Meio – Numa promoção da Secretaria Municipal da Agricultura, Emater e Conar, realizou-se na tarde de quarta-feira (20), na propriedade de Jaime e Maria Heck, em Arroio Grande Superior uma tarde de campo voltada à produção de silagem. Armazenamento, qualidade, inoculantes e equipamentos foram alguns dos assuntos abordados. Outra tarde de campo será realizada no dia 27 na propriedade de Rodrigo e Ricardo Schmitz, no Passo do Corvo. Outras duas acontecerão no mês de fevereiro com a mesma programação.
Na ocasião o veterinário e assistente técnico regional da Emater em Bovinocultura de Leite Martin Schmachtenberg abordou técnicas de manejo e sanou dúvidas referentes ao tema. Segundo ele, a escolha das cultivares é fator importante e deve ser levado em consideração. Nesse caso, a planta deve apresentar boa digestibilidade da fibra e a fase de maturação do grão deve ser observada.
Ele explica que há um ponto certo de colheita do milho para a produção da silagem. O grão não deve estar muito verde de aspecto leitoso, tão pouco muito seco ou duro. Esses dois casos trazem perdas para o produtor, tanto financeiras como nutricionais. “No primeiro caso, diz-se que o silo chora no momento da compactação. Já no segundo, a compactação fica difícil de ser realizada”, observa.
Os equipamentos são fatores que necessitam de atenção especial. Regular as facas da ensiladeira pelo menos três vezes ao dia, no momento da colheita, é recomendável para assegurar que o tamanho das partículas fique dentro do padrão desejado. A distância ideal de faca e contra faca é de 0,05 a 1 milímetro.
Cobrir logo o silo também é importante. Martin revela que as partículas picadas em contato com o ar são imediatamente atacadas por fungos e bactérias o que gera perda de qualidade. A fermentação deve ocorrer em ambiente sem ar, ou seja, dentro do silo.
O técnico explica que no armazenamento a compactação deve ser feita por camadas. Enquanto é realizada a compactação, o equipamento não deve, em hipótese alguma, realizar outro trabalho, sob o risco de prejudicar a silagem. “Esse equipamento não deve ir para a lavoura e voltar para o silo. Isso pode trazer problema, sob o risco de perda do alimento”, frisa.
No tocante a lona a ser usada, Schmachtenberg frisa que esta não pode ser de material reciclado, pois essa é fraca e pode ser danificada facilmente gerando transtornos aos produtores. Cita ainda, a importância da localização do silo na propriedade, o que não deve ficar mais de 50 metros do ambiente de alimentação. “É preciso pensar no bem-estar de quem alimenta o gado”, finalizou.