O Ministério da Agricultura deverá promover o evento de lançamento do Plano Safra 2016/2017, na próxima quarta-feira, dia 4 de maio, surpreendendo com a iniciativa de antecipar o ato, que em anos anteriores normalmente ocorria a partir do mês de junho.
A “instabilidade política” que o Brasil hoje vive não permite assegurar que a ministra Kátia Abreu continue no cargo e segundo interpretações de líderes do setor da agropecuária o ministério pretende deixar a sua marca, apresentando uma proposta moldada nas suas convicções e baseada no atual Plano de Governo.
É inegável que existe uma expectativa sobre a validade do Plano a ser anunciado, se ocorrer a hipótese de “troca de governo” em consequência do processo de afastamento da presidente. Neste caso os ministros igualmente deverão ser substituídos e isso acontecendo, certamente veremos novas indicações de programas e projetos e todas as questões que envolvem recursos públicos, poderão ser revistas e reorientadas.
O Plano Safra 2015/2016 destinou um total de 187,7 bilhões de reais para projetos de custeio e de investimentos. Em relação ao “Pacote” a ser divulgado na próxima semana não se tem ainda informações quanto aos valores que os produtores rurais terão à disposição. Mas tem-se observado manifestações afirmando que bem mais do que os valores, o que interessa ao setor é conhecer o juro dos financiamentos.
Mesmo sentindo e convivendo com a crise política e econômica que repercute em todas as atividades produtivas do país, o agronegócio ainda vem mantendo resultados positivos, apesar de o ânimo já não ser mais o mesmo em comparação a anos anteriores.
Máquina mais baratas
Parte das indústrias de máquinas agrícolas, em especial as fabricantes de tratores, planeja colocar no mercado implementos (novos) de potência reduzida, com preços menores e com prazos de financiamentos mais estendidos. O propósito é aquecer as vendas, praticamente paralisadas e inexistentes, não cogitando, todavia, recuar nos avanços tecnológicos alcançados.
Iniciativas dessa ordem são tidas como interessantes, sobretudo na nossa região, caracterizada pelas pequenas propriedades, da agricultura familiar, onde para muitos não haveria a necessidade de ter máquinas com elevada potência. E o fator “preço” permitiria o acesso de agricultores a planos de compra de máquinas para facilitar o desempenho de suas atividades.
Novas tentativas para prorrogar o CAR
O Ministério do Meio Ambiente mostrou-se, até aqui, irredutível quanto a possibilidade de prorrogar o prazo para o Cadastro Ambiental Rural, apesar de terem acontecido inúmeras tentativas e negociações nesse sentido, de parte de entidades classistas e dos representantes políticos com identificação com o meio.
Nesta semana aconteceram novas tratativas e mobilizações, procurando sensibilizar a Ministra, mostrando a impossibilidade de todos os retardatários cumprirem o dever até a próxima quinta-feira, dia cinco, sabendo que no Rio Grande do Sul em torno de 40% dos proprietários de terras rurais ainda estão em débito. Há quem diz que “se acontecer mudança no ministério”, as orientações poderão ser diferentes.