A duplicação da BR 386 – entre Tabaí e Estrela – será paralisada por falta de dinheiro. Um total de 91,6% das obras estão prontas. Falta apenas o trecho de pista simples junto à reserva indígena. Penso nos transtornos decorrentes da retirada de máquinas e equipamentos pesados por parte das empresas contratadas para realizar o serviço.
Imagino, ainda, o que as chuvas de inverno causarão às obras parcialmente realizadas: aterros e obras de arte serão dizimados pelas intempéries. Tudo isso representa desperdício do dinheiro público. Dinheiro que escorreu pelo megapropinoduto apelidado de Petrolão, desvendado pela Operação Lava-Jato ainda em execução.
Penso nos transtornos que os motoristas enfrentarão com a neblina e as chuvas dos próximos meses. Isso acarreta aumento de despesas e de fretes, ampliando os gastos com o transporte de cargas que repercute no bolso de todos nós, consumidores.
Além da 386, as obras de duplicação da ponte do Guaíba, da duplicação das BRs 116 e 290 serão paralisadas. Já foram fechados 10,5 mil postos de trabalhos no setor de obras pesadas, ampliando o drama do desemprego que assola mais de 11 milhões de brasileiros.
Todos os delatores foram ex-companheiros de partido e de governo de Dilma Rousseff
O governo central, imobilizado pela incompetência que culminou com o pedido de impeachment, ainda, com muitos desdobramentos. A volta da inflação, o fechamento de indústrias pela falta de consumidores, a demissão de milhões de trabalhadores e a fuga de investimentos gerou uma espiral que levou a economia brasileira ao naufrágio.
O impeachment de Dilma Rousseff, que pode ocorrer dia 11, criou um paradoxo. Em Brasília proliferam atos políticos que transformam o Palácio do Planalto em espaço de comícios ideológicos. No Congresso Nacional, as negociações para a ocupação de ministérios ocupam o tempo dos políticos de oposição.
Seria cômico, não fosse trágico, lembrar que o impeachment resulta de ações de antigos (todos!) aliados do governo: Eduardo Cunha (presidente da Câmara), Delcídio do Amaral (senador petista), João Santana (marqueteiro) e sua esposa, além de ex-tesoureiros do PT e empresário ex-companheiros foram responsáveis por delações. Estes depoimentos trouxeram à luz detalhes sobre o roubo de bilhões recolhidos por nós, contribuintes.
Acusar apenas a oposição é subestimar a inteligência dos brasileiros. O canibalismo político, gerado pela ganância de ministros, políticos de vários calibres, empresários e dirigentes de estatais gerou uma corrupção sem precedentes. Tudo graças à facilidade em assaltar os cofres públicos, mas tudo veio a público, gerando o risco de afastamento da Presidente.