Para o leitor habitual desta coluna pode até parecer inusitado ou curioso o “desvio de foco”, nesta semana, nas abordagens de temas costumeiramente trazidos para informações, reflexões ou meramente ilustrativos.
Pois bem, falar de morte de joão-de-barro tem o propósito de nos remeter ou nos fazer lembrar do Dia Mundial do Meio Ambiente, transcorrido no último dia 5 de junho, provocando a consciência de todos em relação a ações, atitudes, procedimentos, legislação, tecnologia, enfim, as circunstâncias que cercam as questões pertinentes à preservação da natureza, água, ar, flora e fauna, etc.
Dentro deste contexto de atitudes e de preocupações com os cuidados com o meio ambiente, quero relatar um fato que me foi trazido por um agricultor, alguém que sempre teve um carinho e uma admiração pelas espécies animais, acolhendo pássaros, que se tornaram afáveis, mansos, retribuindo carinhosamente o tratamento que lhes têm sido dados.
Segundo o informante, em poucos dias ele constatou a morte de seis aves da espécie joão-de-barro, também conhecido como “forneiro” (por fazer as suas casinhas em forma de forno), fato ocorrido no pátio de sua residência. “Lamento não ter mais essa ave na minha propriedade”, disse o agricultor.
A morte das aves aconteceu por “acidente de trabalho”, na construção de suas “casinhas”. Na medida em que a “obra” avançava, mais se aproximava dos fios da rede de energia, alta tensão, sustentado por um poste, localizado na área. No contato com a rede energizada, aconteceu a tragédia da morte sequencial, dizimando a espécie.
Desejo que este fato, real, não seja interpretado como crítica, cobrança ou responsabilização de quem desenvolveu e idealizou as redes de energia, da forma como estão colocadas. Os pássaros, diria alguém, poderiam procurar outro local para construir seus “fornos”, mas são coisas da natureza, dizendo respeito a um “ser” para muitos insignificante, que tem, todavia, uma simbologia interessante no nosso folclore.
Apenas para mencionar, o joão-de-barro é a ave símbolo da Argentina, e a nossa cultura nunca permitiu a sua caça ou qualquer maltrato. Sugere-se, portanto, que se adotem meios para preservar a “engenharia milenar” de edificação desse pássaro, através de tecnologias adequadas e menos suicidas em nome da natureza e de suas belas expressões.
Agricultores da terceira idade
Durante três dias desta semana aconteceu no estado de Goiás, cidade de Luziânia, a 2ª Plenária Nacional de Trabalhadoras e Trabalhadores Rurais da Terceira Idade e Idosos.
O encontro tinha como lema “Tecendo histórias, valorizando saberes”, refletindo a participação das pessoas da terceira idade e idosas na vida e no Movimento Sindical da categoria.
Uma organização sábia procura valer-se da história e do saber daqueles (homens e mulheres) que iniciaram as entidades representativas, a partir dos anos de 1960, defendendo suas bandeiras, seus propósitos e uma vida digna. A Fetag/RS e uma delegação gaúcha estiveram no evento.

