A saúde, ao lado da segurança pública, tem sido a “Geni” – aquela em quem todo mundo joga pedra, segundo a música de Chico Buarque de Holanda -, graças aos péssimos serviços prestados à população. Como sempre, a generalização provoca injustiças, graças às exceções que confirmam a regra. E a exceção, desta vez, provocou uma dupla alegria: primeiro por ser um exemplo de bom atendimento e, em segundo lugar, por envolver uma instituição da minha terra natal.
Refiro-me ao Hospital São José, onde o carinho dos funcionários e o capricho de manutenção dão esperanças de que nem tudo está perdido. Em momentos de extrema comoção familiar, a gentileza, a palavra amiga, o gesto de paciência e de permanente disposição em ajudar valem tanto quanto um medicamento para aliviar as dores.
O diálogo é uma constante para os servidores do São José. Bastante diferente da postura de imposição tão comum na maioria dos hospitais onde os acompanhantes das pessoas internadas têm o direito apenas de obedecer. Há medo em questionar, com o temor de respostas ríspidas ou o emprego de termos técnicos, o que impede a compreensão.
O bom senso dos servidores do hospital é um bálsamo para quem está sofrendo
De dia, à noite ou na madrugada, a disponibilidade das enfermeiras, da equipe de limpeza, das nutricionistas, do responsável pela massagem reconfortante dos internados e também do pessoal da portaria é marca registrada no Hospital São José. Sempre há espaço para negociar, permitir o que teoricamente é impossível. O bom senso prevalece, como deveria ocorrer, mas que, infelizmente, nem sempre rege as relações humanas.
Outro destaque é a dedicação do médico Ricardo Schmidt, incansável no atendimento físico e emocional de minha família. Para este profissional o relógio é um ornamento. A disponibilidade é constante, seja sábado, domingo ou ao longo da semana. Já conhecia a fama de competente do “doutor Ricardo” – como carinhosamente é chamado pelos pacientes -, mas não imaginava tamanha compreensão com aqueles que enfrentam momentos de desespero, dor, desesperança.
Soube que a prefeitura tem sido fundamental na manutenção dos serviços do Hospital São José. Sei, também, dos sacrifícios que os prefeitos têm feito para manter os serviços mínimos à população. O aumento de obrigações em contraponto à escassez de recursos que os municípios recebem da União acarreta sérios problemas orçamentários. Isto só aumenta o orgulho que tenho das pessoas responsáveis pela saúde em Arroio do Meio. Sei, também, que ainda existem inúmeros problemas.
Aos colaboradores, médicos e à direção do Hospital São José, muito obrigado e parabéns. Vocês constituem exemplo para o restante do Estado. Continuem tratando a todos como se fôssemos seus familiares. Afinal, aos olhos de Deus, somos todos irmãos.

