As primeiras décadas do século 19 na América do Sul, foram marcadas por movimentos libertários dos principais países, em ações que tiveram como exemplo, movimentos de Independência acontecidos quase ao mesmo tempo, meio século antes.
Treze Colônias inglesas que haviam emigrado para o litoral, entraram em conflito com estabelecimentos franceses no Canadá e na Louisiana, com ganho de causa confirmado através do Tratado de Paris (1763).
A Inglaterra, à qual as Colônias pertenciam, não só as deixou entregues à própria sorte, no caso, como ainda confirmou que manteria sua política colonial exclusivista. Os colonos, mostrando uma determinação incomum, forçaram a Guerra da Independência (1775-1783).
A 04 de julho de 1776, as treze Colônias declararam-se independentes, com o nome de Estados Unidos da América. Três anos e dez dias depois – 14 de julho de 1789 – de certa forma inspirado pela participação da própria França no caso anterior, o povo francês, revoltado, invadiu a Bastilha, prisão que a todos parecia inexpugnável e que havia se tornado símbolo do absolutismo Real.
No ano seguinte, 14 de julho foi escolhido como data nacional de uma França em clima de definições políticas, mas já liberta do laço espanhol.
No mesmo quinquênio, aqui na América do Sul, foi criado o Vice-Reino do Prata, que compreendia, além das Províncias do Prata, Tucumán e Cuyo, o Alto Peru, atualmente Bolívia, de onde se originaram as três Repúblicas vizinhas: Argentina, Uruguai e Paraguai.
Embora vizinhos, os povos tinham desejos e ambições diferentes, mas um mesmo espírito libertário.
Antes de mais nada, buscavam cortar o vínculo com a Europa e, logo em seguida, estava sua revolta contra o domínio dos Colonos de outras províncias, o que determinou conflitos entre vizinhos a cada movimento de libertação.
Em 12 anos – 1810 a 1822 – um vento de Independência varreu a região, começando com o Paraguai, em 1811.
De uma tacada só, os ‘’guaranis’’ livraram-se da Espanha e também do Governo de Buenos Aires, na época, sede do Vice-Reinado Espanhol.
Em 1806, os paraguaios iniciaram sua luta de emancipação e bastaram apenas cinco anos para que, com a deposição de Bernardo Velasco, fosse formada uma Junta de Governo, presidida por Fulgênio Yegros, que proclamou a República do Paraguai (1811), sem demora reconhecida por Buenos Aires, isto é, Espanha.
Já na Argentina, os primeiros movimentos ocorreram em maio de 1810, ano em que, sob a liderança de Manoel Belgrano e Mariano Moreno, estabeleceu-se a Junta Provisional das províncias do Rio da Prata, passo importante para que o Congresso de Tucumán acabasse declarando e Soberania da Argentina em 09 de julho de 1816, segundo país do antigo Vice-Reino Espanhol a se tornar livre.
Para a Banda Oriental do Uruguai, que nunca aceitou a anexação ao Brasil e nem sua ocupação por tropas brasileiras, as Independências do Paraguai e da Argentina trouxeram a mesma evolução que a Independência Americana e a Revolução Francesa para as povos desejosos de conquistarem sua própria libertação.
É o que veremos na Página seguinte, quando trataremos também do Brasil que, por sua vez, se separaria de Portugal, em 1822.