A ilustração que ornamente a coluna de hoje – recortada do perfil no facebook da minha querida prima Mara Kirsch – é a materialização do desejo de todo cronista. Escolher um tema que possa envolver o leitor, igual a um abraço, constitui desafio assustador… acreditem. Existem assuntos que são unanimidade, como família e filhos, mas é preciso encontrar o ponto certo, o tom correto e enfoque adequado para manter o interesse geral.
A tela em branco do computador é um tormento que todo redator enfrenta. Não importa em que tipo de publicação o texto será veiculado. Sempre existem repercussões. Alguns amigos me criticam por expor exageradamente alguns aspectos pessoais. Argumento que a maioria dos leitores se identifica com as agruras da paternidade, os compromissos em manter um cachorro ou as dores da idade.
Outro repto inclui a resposta do leitor. Há muitos anos redijo colunas semanais para jornais de Erechim, Farroupilha, Lajeado e Santa Cruz do Sul, além do nosso O Alto Taquari. O recebimento de e-mails não é raro, mas a quantidade é bem menor do que gostaria.
A vontade do leitor é soberana e deve ser motivo de permanente respeito!
O aumento de “correspondências” seria uma maneira de “medir o ibope” dos textos publicados, conhecer a opinião do público, fazer mudanças de trajetória e mudar os conteúdos de nossos escritos. Às vezes publico os conteúdos no meu perfil do facebook, onde a reação dos internautas é muito mais rápida. A agilidade do retorno é proporcional ao risco de possíveis agressões, tão comuns no comportamento dos usuários das redes sociais.
Apesar da liberdade de expressão sem limites, o fantasma do “politicamente correto” impôs freios à espontaneidade. Uma piada, por exemplo, é um instrumento perigoso, especialmente quando se trata de um texto escrito, e não falado. A enxurrada de agressões, condenações e ofensas extrapola os limites.
As críticas, assim como os elogios, integram a rotina de quem se expõem publicamente. A vontade do leitor é, sempre, soberana e deve ser motivo de permanente respeito!
