Microrregião – A Famurs disponibilizou na última semana um documento que mostra o tamanho da dívida do Estado com os municípios gaúchos na área da saúde. Ao total são R$ 277 milhões em atraso com as prefeituras desde 2014 até junho de 2016. Um documento foi enviado por e-mail a todas as prefeituras contendo informações detalhadas sobre a dívida.
Os municípios de Arroio do Meio, Capitão, Marques de Souza, Pouso Novo e Travesseiro têm a receber R$ 990.998,48. Enquanto isso esperam pela liberação dos recursos para equilibrar as contas públicas. Compra de medicamentos, equipamentos e material, bem como a contratação de pessoal são as principais necessidades dos municípios.
Os dados elaborados pela Área Técnica de Saúde da Famurs estão disponíveis no site da entidade (http://www.famurs.com.br/home). Segundo o assessor técnico da Federação, Paulo Azeredo, cada município deve analisar as informações. “Orientamos os prefeitos que façam uma conferência nos dados”, afirmou. O levantamento foi feito pela Secretaria de Saúde do RS, a pedido da Famurs.
Os municípios
A dívida do Estado com Arroio do Meio na área da Saúde é de R$ 542.323,08. Este é o município que mais tem a receber entre os cinco da microrregião. Capitão tem em haver o montante de R$ 80.319,07, enquanto que Travesseiro tem a receber R$ 65.759,62. Já o valor em atraso do Estado com Marques de Souza é de R$ 125.714,95 e o de Pouso Novo ainda maior, totalizando R$ 176.881,76. O maior credor do Estado no Vale do Taquari é Lajeado que tem a receber R$ 2.487.658,49.
Expectativas são boas
O secretário de Saúde de Arroio do Meio, Gustavo Zanotelli, afirma que os recursos são importantes para o município e que a expectativa é boa em relação ao impasse. Salienta que os recursos são necessários e acredita que a situação deve se resolver em breve.
Por outro lado, observa que o município vem fazendo sua parte investindo aproximadamente 25% do orçamento em Saúde, enquanto que a lei exige 15%. Cita a área da Saúde, juntamente com a Educação como premissas básicas para a qualidade de vida dos munícipes. Neste sentido, várias ações voltadas ao bem-estar da população estão sendo realizadas. “Trabalhamos de forma intensiva na promoção à saúde preventiva, porque acreditamos no velho ditado que diz que ‘prevenir é o melhor remédio’, já que evita custos, desgaste e principalmente o sofrimento do paciente. Em nenhum momento cortamos ou diminuímos serviços e atendimentos”, observa.
Medicamentos, contratação e convênio
A secretária da Saúde de Travesseiro, Maria Nadir Rockenbach Dertzbacher, revela que esses recursos seriam bem-vindos. Reforça que o dinheiro poderia ser usado para a compra de medicamentos e a contratação de pessoal. Também poderia ser disponibilizado para a ampliação de convênios com hospitais da região, nos quais os munícipes são encaminhados para realização de exames em especialidades. “Com esses recursos poderíamos atender melhor a nossa população”, sinaliza.
Recursos seriam bem-vindos
Com poucos dias à frente da pasta, o secretário de Saúde de Pouso Novo, Moacir Luis Severgnini, diz que precisa avaliar a situação. Porém revela que há necessidade de compra de medicamentos, contratação de pessoal e manutenção de locais de atendimento. “Sempre precisamos de dinheiro. Esse valor seria muito bem-vindo”, observa.
De outras pastas
O secretário da Saúde de Marques de Souza, Davi Walter Musskopff, diz que os recursos são importantes e fazem falta para o município que muitas vezes, para suprir a demanda, obriga-se a tirar recursos de outras pastas. Observa ainda que a falta de dinheiro restringe o investimento na área e impede a contratação de pessoal, compra de material e de medicamentos. Salienta que esse valor poderia ser utilizado também na melhoria dos convênios com os hospitais da região. “A população é a principal prejudicada, que deixa de ser atendida como deveria”, revela.
Melhoria nos serviços
A exemplo de outros municípios do Vale do Taquari, Capitão precisa remanejar recursos para suprir os gastos na secretaria da Saúde. O secretário da pasta, Eduardo Rafael Giaretta, afirma que o valor repassado ao município estava sendo usado para suprir demandas com equipes de Saúde da Família, incentivos à Farmácia Básica e à qualificação de atenção Básica da Saúde.
A distribuição de medicamentos gratuitos na Unidade Básica de Saúde além dos itens de Farmácia Básica, a disponibilização de exames clínicos e de diagnóstico por imagem em outros municípios, consultas com especialistas, convênios com os hospitais da região e fisioterapia gratuita, são alguns dos serviços disponibilizados pela pasta, os quais poderiam ser melhorados, com o recebimento dos valores em atraso.
Definição deve sair no final do mês
O coordenador adjunto da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde com sede em Lajeado, Ramon Tiago Zuchetti, afirma que o governo do Estado está tentando colocar em dia a dívida com os municípios. Salienta que os repasses relativos aos últimos 90 dias foram quitados. Porém, sustenta que a situação é difícil, uma vez que existem parcelas atrasadas entre 2014 e junho de 2016.
Entretanto, acredita que uma definição ocorra ainda em outubro, quando uma reunião será realizada com os coordenadores regionais de Saúde. “Acredito que nessa reunião teremos uma definição sobre esses valores pendentes. Não sei quando será pago, mas penso que o Estado pagará os municípios em breve. Já os hospitais estão sendo pagos em dia”, observa.


