Muitos prefeitos estão dando “graças a Deus pelo final de mandato.” Inclusive aqui na nossa região. Problemas de caixa, necessidade de ser prefeito 24 horas, perda da privacidade, cobranças, entre outras exigências. Mas para quem tem vocação política, o momento já é de saudades. Entre estes, está o prefeito Sidnei Eckert, que respira política 24 horas. Nos últimos meses ele vem se preparando para este momento. Pelo menos é o que tem dado a entender.
Líderes novos
Em relação ao próximo governo Klaus, Eckert disse que não deverá fazer parte. Mas deve trabalhar nos bastidores. Aliás dentro do PMDB de Arroio do Meio, partido que mais esteve no poder nos últimos 50 anos, coligado nas eleições mais recentes – fala-se na necessidade de dar espaço para novas lideranças, para oxigenar a sigla. Dar espaço para que possam surgir novos líderes é de fato muito importante.
Aguardando
O vice-prefeito Áurio Scherer, duas vezes candidato a deputado estadual, pelo PT, líder sindical e que atua neste meio há 20 anos, disse que o seu momento político é de aguardar. Conversa normalmente com a secretária de Educação Eluise Hammes, eleita vice-prefeita, mas não houve até agora nenhuma indicação ou proposta de cargo. “O meu momento é de aguardar para ver como fica. Inclusive a situação do partido no âmbito estadual e nacional. Não tenho pressa.”
Cortes e reestruturação
Diante da difícil situação da grande maioria dos estados brasileiros em fase falimentar, os governos mais cedo ou mais tarde terão que tomar medidas mais drásticas. É o caso do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro onde a crise é maior. Esta semana o governador do Rio de Janeiro enviou um pacote de medidas bem drásticas à Assembleia. O que for aprovado e não barrado pelo Judiciário, deverá servir de laboratório para outros estados brasileiros. No Rio Grande do Sul o governador José Ivo Sartori do PMDB, deverá enviar medidas de reestruturação e corte de secretarias até o final do ano, com convocação extraordinária entre Natal e Ano Novo.
Idosos
Nas últimas eleições já houve um debate sobre o assunto. Mas penso que devemos de fato avançar em políticas sociais para os idosos. Fazer mais do que promover bailes e almoços, que são políticas de entretenimento. Há idosos que estão doentes e precisam de apoio e atenção maior por parte do Poder Público.
Novas agendas
De alguma forma, não se pode fazer sempre tudo igual. E se contentar em apenas dar continuidade em termos de governo público. Esta tendência não é apenas nossa. Se verifica no mundo todo, já que de alguma forma estamos cada vez mais conectados no Planeta, em termos de informação. Mas isto não quer dizer que temos que fazer igual. Cada vez mais para nos diferenciar temos que estar ligados na nossa própria realidade e em termos de políticas públicas é preciso que cada governante esteja atento às necessidades do seu povo. O que era prioritário há 10, 20, 30 anos não é hoje porque muitas destas agendas foram cumpridas.
Política tradicional
Em várias partes do mundo, – o que aconteceu nas eleições brasileiras e esta semana nos Estados Unidos com a eleição do republicano e conservador Donald Trump, percebe-se que o eleitor não está satisfeito com o modo tradicional de fazer política.
Vejamos: aqui no Brasil estamos diante de novos desafios. Tradicionalmente desde os tempos do Império convivemos com duas ideologias básicas. O nacional-estatismo e o cosmopolitismo liberal. Como ao longo das décadas ficou difícil distinguir “quem é que” pela capacidade dos agentes políticos tradicionais se unirem (quando convém) e o que fez e faz o povo pensar “todos são iguais”. Parte da desilusão vem daí e faz o eleitor votar por protesto ou por algo que acredita ser contrário, ou ainda se abster de votar. Ainda estamos longe do ideal.
As próximas eleições no Brasil serão influenciadas por novos ingredientes: os desdobramentos da Lava Jato, o esfacelamento de estrelas políticas do PT que estavam no centro dos debates desde a redemocratização e a própria situação econômica e social do país que passa pela necessidade de mudanças depois da institucionalização da corrupção e populismo.