Os brasileiros começaram o ano menos endividados, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mostra 55,6% das famílias ainda possuíam algum tipo de dívida em janeiro. É o menor patamar desde junho de 2010, quando estava em 54%.
Já o giro dos estoques nos supermercados está mais lento, conforme verificação da pesquisa da NeoGrid/Nielsen, que reúne informações de mais de 10 mil lojas do Brasil. No Natal já foi detectada diminuição de 7% nas vendas, e nos meses de férias as compras costumam ser mais tímidas.
No varejo de Arroio do Meio, o comportamento não é diferente. O movimento não diminuiu, mas os clientes não estão agindo tanto por impulso. Acabam comprando menos supérfluos e substituindo os produtos de alto giro de marcas de um padrão A, por similares de padrão B ou C, que antes não faziam frente na preferência. Com isso, o valor do ticket médio retraiu.
O sócio-proprietário do supermercado Marel, Ismael Jung acredita que a mudança no consumo se dá diminuição do poder aquisitivo dos trabalhadores. O churrasco do meio da semana está cada vez mais raro. E os produtos de confeitaria acabam sendo feitos em casa. “A queda nos preços vai depender dos fornecedores. Estão começando a surgir ofertas”, explica.
Por ora estas ofertas são sazonais. O sócio-proprietário do supermercado Arroiomeense, Eloi Bergjohann, revela que os fornecedores de produtos de padrão A estão propondo algumas alternativas de promoções, porém ainda não surtem efeito. “Nos dois primeiros finais de semana do mês os clientes não abrem mão dos itens preferidos. O mesmo ocorre com o consumo de bebidas no verão e viagens às praias, que estão lotadas”, dimensiona.
O coordenador regional de compras da Languiru, Martin Fernando Brackmann, assegura que não há uma retração tão forte na economia regional, e sim uma crise de confiança institucional que leva os consumidores a terem mais prudência nas compras. Segundo Brackamann, o varejo é o primeiro a sentir a mudança de comportamento e acaba negociando as novas necessidades detectadas na ponta de venda com os fornecedores. “É preciso criar alternativas, que vão desde as embalagens econômicas a descontos por quantidade de itens. O consumidor precisa ter essa percepção de vantagens”, revela.
Outra tendência são promoções e ações específicas por setor, como o dia dos hortifrutigranjeiros, carnes e padaria, oferecendo degustação para mostrar novas iguarias e tendências. “O público urbano não faz mais o ranchão. Acaba vindo ao supermercado mais vezes ao mês”, observa.
EMBUTIDOS
O Supermercado Marel agora conta com fábrica própria de linguiças defumadas, salsicharia e carnes temperadas. A estrutura foi adquirida da agroindústria Canário em Bela Vista, e atende todas as exigências do Serviço de Inspeção Municipal (SIM). O estabelecimento passa a suprir as demandas do mercado e atende os demais estabelecimentos comerciais do município.
RETRAÇÃO DA CESTA BÁSICA
Em janeiro a retração da cesta básica na região foi de 4,7%. Quatro produtos tiveram queda de valor. O tomate, que caiu 34,93%, a banana 14,21%, a batata 11,83% e o açúcar 5,99%.