A obesidade tem se tornado um problema muito comum em todo o mundo, independente de idade ou sexo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que a cada três pessoas, uma está acima do peso. Mas, por que devemos ter uma atenção especial para a obesidade e, de preferência, trata-la? Em primeiro lugar, a obesidade é uma condição muito séria, já que aumentam os riscos de desenvolver diversas doenças. Além disso, essas doenças podem se tornar graves, sem tratamento e, em alguns casos, podem ser fatais.
A obesidade é fator de risco para o desenvolvimento de câncer de esôfago, cólon, rim, mama, ovário, útero, próstata e endométrio. Há relação positiva entre obesidade e osteoartrites (joelho, quadril e mãos), alterações hormonais em mulheres, esteatose hepática, colelitíase, problemas digestivos, tromboembolias, insuficiência cardíaca, maiores complicações cirúrgicas e obstétricas.
Segundo a nutricionista Rafaella Scheid, a obesidade abdominal é um marcador de risco para o desenvolvimento de doença cardiovascular pela presença de fatores de risco associados, como: perfil lipídico aterogênico (aumento de triglicerídios, do colesterol total, do LDL-colesterol ruim e diminuição do HDL-colesterol bom), inflamação, coagulação, hipertensão arterial sistêmica, resistência insulínica e aterosclerose. “Indivíduos com 20% a mais do seu peso ideal apresentam três vezes mais chances de sofrerem um infarto agudo do miocárdio do que os que possuem peso corporal na faixa da normalidade”. Há no mundo 16,7 milhões de mortes anuais causadas por doenças cardiovasculares, o que significa 30% do total de mortes por todas as causas.
O diabetes mellitus tipo 2 cresce na mesma proporção em que cresce a obesidade. Ao menos 80% dos diabéticos tipo 2 são obesos. Para cada aumento de 10% no peso corporal, há um aumento de 2 mg/dl na glicemia de jejum. A circunferência de cintura acima de 88 cm em mulheres e de 102 cm em homens, pode isoladamente elevar o risco de desenvolvimento de diabetes em três vezes.
Em 1985 havia 30 milhões de diabéticos, e atualmente há 171 milhões. Em 2030 haverá o dobro do número atual. O diabetes mellitus do tipo 2 causa 3,2 milhões de mortes anuais, além de contribuir para o risco de desenvolvimento de problemas macrovasculares (cardiovasculares, cerebrovasculares e vasculares periféricos) e microvasculares (retinopatia, neuropatia e insuficiência renal).
“Em adultos jovens de 20 a 45 anos, a prevalência de hipertensão arterial é seis vezes maior em obesos do que em não obesos. Para cada aumento de 10% na gordura corporal, há elevação de 6 mmHg na pressão arterial sistólica e de 4 mmHg na diastólica”, explica Rafaella.
Indivíduos obesos que perdem de 5% a 10% de seu peso corpóreo inicial estão melhorando a sua saúde em curto prazo, e diminuindo a gravidade de suas comorbidades. Há uma melhora em uma série de parâmetros, como: melhora do controle glicêmico, do perfil lipídico, da pressão arterial, da função cardíaca, da função respiratória, diminuição das concentrações de cortisol, melhora do funcionamento articular, melhora da autoestima, das relações sociais, da qualidade de vida e um aumento na longevidade destes indivíduos, acarretando uma acentuada queda na mortalidade associada à obesidade.
“É melhor que se mantenha uma perda ponderal mais modesta, mas que seja mantida por longos períodos, do que voltar a ganhar o peso perdido de forma aguda, algo muito observado quando há uma perda ponderal significativa, em curto espaço de tempo”, ressalta.
Para as pessoas que estão acima do peso e gostariam de emagrecer, algumas dicas:
Mude os hábitos alimentares;
Faça ou aumente a frequência de exercícios físicos;
Saiba lidar com o estresse diário, sem descontar nos alimentos;
Tenha paciência e mantenha-se firme;
Procure um profissional de confiança.
Fontes: Organização Mundial da Saúde (OMS) e Revista Brasileira de Nutrição Esportiva