A propósito da passagem do Dia do Colono e Motorista fazemos algumas considerações. Em primeiro lugar a palavra colono assim se configurou por um respeito ao passado. Hoje sabemos que especialmente em nossa região não há mais espaço para “colonizar”. Os colonos como são mais conhecidos transformaram-se em produtores rurais, em agricultores de sucesso em vários setores. Na suinocultura, na avicultura, na bovinocultura de leite, na olericultura, piscicultura, reflorestamento, fruticultura, floricultura, no plantio de soja, milho ou estão em estágio de agroindústrias transformando matéria-prima, com valor agregado.
Ao longo dos anos os que vivem do meio rural buscaram alternativas, se adaptaram às mudanças. Porém, sempre apostando e acreditando na força do trabalho. Associados a cooperativas, sindicatos e contando com apoio de instituições públicas presentes nos pequenos municípios foram superando desafios e dificuldades. Além do trabalho, estudam, participam de cursos e treinamentos. Pode-se dizer com toda a tranquilidade que os exemplos que vem do interior, com foco em produção aliada à gestão, fazem nossa economia próspera apesar de todas as dificuldades impostas por ausência ou políticas erradas que vem de Brasília ou Estado, penalizando os trabalhadores.
Nesta edição, estamos divulgando várias matérias que envolvem iniciativas no meio rural ou na profissão de motorista. Elas simbolizam a extraordinária capacidade de nossa gente trabalhar em grupo de forma integrada ou associada, o que requer também comprometimento e responsabilidade social para quem lidera sindicatos, empresas, cooperativas e órgãos públicos.
“Podemos”
O Podemos – Pode (sigla) é um partido político renomeado em dezembro de 2016. Ele é o antigo PTN e um dos seus principais líderes é o senador Álvaro Dias do Paraná, pré-candiato a presidente da República nas eleições do ano que vem. Álvaro Dias já integrou o PMDB, o PSDB e o PV. O discurso é contra a polarização entre esquerda e direita e se inspira em legendas europeias como a República em Marcha, da França que elegeu recentemente Emmanuel Macron. Em entrevista à revista IstoÉ, Álvaro Dias disse que é preciso enxugar o Estado e limitar as estruturas superpostas, que limitam o investimento produtivo do poder público, bem como, loteamento de cargos, entre outras ações nefastas.
Mudança de cálculo de ICMS
Nossa matéria de capa e que integra, uma das matérias do Agrovale, alerta para uma situação que preocupa. O município de Capitão entre outros do Vale do Taquari e Caí estão se mobilizando para reverter a situação. É que a mudança de cálculo no retorno do ICMs gerada pela criação de aves e suínos fará com que os municípios percam grande parte da sua receita. Em alguns casos a receita representa entre 35% a 40% da arrecadação gerada por estas atividades. Muitos municípios, principalmente pequenos, dependem destas atividades no orçamento. Ao longo dos anos fizeram grandes investimentos neste setor e agora serão os mais prejudicados. Em contrapartida municípios que não fizeram investimentos terão benefícios. Ou seja, antes da nova regra, o imposto gerado por estas atividades regressava ao município de origem, agora será repartido entre todas as 497 prefeituras gaúchas.
A nova regra que passou a valer desde o início deste ano, vai refletir a partir do ano que vem. O controle das entradas e saídas nas propriedades foi facilitado desde a implantação da Nota Fiscal Eletrônica. Para os criadores integrados e empresas integradoras a mudança não deverá trazer efeitos diretos e imediatos, mas poderá a médio prazo trazer prejuízos e atingir os integrados, porque os municípios deixarão de dar incentivos para a construção de pocilgas e aviários. O impacto será em toda a cadeia. O assunto deve gerar muitos debates e desdobramentos.