A morte de cerca de 1,1 mil bois com suspeita de botulismo em Ribas do Rio Pardo, no Mato Grosso do Sul, chamou a atenção de bovinocultores de todo o país no decorrer desta semana. A suspeita das autoridades sanitárias é de que o rebanho, que estava quase pronto para o abate, pode ter se contaminado com silagem embolorada com fungos. Os animais apresentaram sintomas de paralisia dos membros e parada cardiorrespiratória. Não se trata de uma doença infectocontagiosa.
O técnico local da Emater/Ascar, Elias de Marco, explica que a silagem malfeita tem grandes chances de criar fungos, mas no Vale do Taquari, a maioria dos produtores é altamente capacitada para a finalidade, tanto é que o médico veterinário aposentado Luiz César Garcia Cougo, não lembra de fato semelhante na região e Estado.
De Marco ressalva uma série de itens que são necessários para uma silagem de qualidade: o ponto do grão do milho, o clima durante o corte, o ajuste dos implementos, a compactação, a higiene dos equipamentos e máquinas. “A presença de umidade, ar e impurezas potencializam a criação de fungos. Por isso não se faz silagem com milho molhado e se tem uma técnica para fechamento do silo de forma rápida e eficiente, geralmente feita em parceria com mais produtores, evitando ao máximo a exposição da silagem, que é como uma poupança que fica enterrada. Ainda assim pode haver pontos de bolor que devem ser descartados, no máximo, direcionados para adubação”, explica.


