Desde o começo da semana havia dois cenários em Porto Alegre. Um no TRF4 -Tribunal Regional Federal da 4ª Região onde três desembargadores se preparavam para o histórico julgamento do ex-presidente Lula que já havia sido condenado em primeiro grau pelo juiz Sérgio Moro. Em outro, nas ruas, centenas de militantes e representantes políticos vindos de diferentes estados do Sul e municípios em defesa de Lula. Líderes petistas do município e região e militantes também foram até a capital.
Depois de quase 9 horas de julgamento, na quarta-feira, 24, com apresentação das alegações da defesa de Lula na linha da falta de provas e sua inocência; e apresentação detalhada dos desembargadores dos autos do processo e justificando o voto baseado no cruzamento das informações de documentos e depoimentos, João Pedro Gebran, Leandro Paulsen e Victor Luiz dos Santos Laus votaram pela condenação de Lula por crime de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e aumentaram a pena para 12 anos e um mês de prisão.
Passada esta etapa, sobram poucos recursos jurídicos, que não terão poder de mudar a sentença. Logo após o resultado, o Partido dos Trabalhadores pela sua presidente Gleisi Hoffmann manifestou a intenção de registrar a candidatura de Lula para presidência da República, o que vai depender agora de outros aspectos legais. A principal dificuldade será a Lei da Ficha Limpa, lei oriunda de iniciativa popular e sancionada durante mandato do então presidente Lula e apoiada por todos os partidos tanto na Câmara Federal, quanto Senado e que começou a valer em 2012. Como nossas leis sempre têm brechas é possível que o PT esgote todas as possibilidades, mas fica cada vez mais difícil para o partido sustentar e manter a candidatura tanto judicialmente, quanto politicamente.
Trabalho de formiguinha
O ex-prefeito Sidnei Eckert vai consolidando a definição da sua candidatura a deputado estadual pelo PMDB. Caso o nome seja confirmado nas convenções, disputa uma vaga com nomes tradicionais que concorrem à reeleição, tanto do próprio partido como de outros. Prefeito por dois mandatos e vereador por 12 anos em Arroio do Meio e há 20 estabelecido com uma farmácia, Sidnei disse esta semana que quer quebrar um paradigma político local e regional da falta de representatividade na história recente. Arroio do Meio não está entre os de maior colégio eleitoral e por isto está tentando ampliar apoio fora. “Aqui me conhecem. Por isto iniciei minha caminhada há pouco mais de um ano e de lá para cá, fomos mostrando nosso trabalho, nossa forma de ser, e levantando apoios, tanto do PMDB como de outros partidos nos municípios da região e fora dela”. Além do Vale ele tem visitado outras regiões também pela função pública que ocupa na Superintendência de Mineração do Rio Grande do Sul. “Da-qui para frente será um período para fechar os apoios de forma mais concreta, mapeando número de votos por município”.
Sidnei disse que além das visitas, segue uma estratégia de trabalho parecida que fez quando candidato a prefeito, sem muito marketing, porém um intenso corpo-a-corpo. Diante da necessidade de fazer um grande número de contatos está articulando com representantes e líderes de cada município e depois se vale de uma ferramenta fundamental que é o telefone através de whats.
Ele aposta sua plataforma de trabalho voltada para o Desenvolvimento Econômico Sustentável, que beneficie a maioria e políticas voltadas para a educação e saúde. Defende o apoio à pequenas empresas e critica a falta de enxugamento da máquina pública que onera o contribuinte tanto pessoa física, quanto jurídica. “As empresas, de um modo geral, pagam muitos tributos, principalmente porque o Estado não enxuga e porque grandes corporações não pagam seus impostos”.
PP tem reunião segunda-feira
O PP de Arroio do Meio, comandado pelo vereador José Elton Lorscheiter, mais conhecido como Pantera, tem reuniões todas as últimas segundas do mês. Além de discutir assuntos para apresentação na Câmara, o partido começa a debater internamente posicionamento sobre apoios a serem dados para candidatos ao governo, deputados e senado. Até agora, o município já recebeu a visita de dois pré-candidatos ao Piratini: deputado federal Luiz Carlos Heinze e o advogado Antônio Weck que esteve em Arroio do Meio na semana passada. Além de fazer uma visita ao jornal, Weck participou do encontro regional no bairro Aimoré, com a presença de mais de 100 pessoas.
O fato do PP ter três pré-candidatos é visto de forma positiva entre os progressistas, revelando sua pujança e força, mas há uma expectativa para que depois da convenção não fiquem divisões. Há também um movimento, liderado pela senadora Ana Amélia Lemos, para que o partido apoie a candidatura de Eduardo Leite do PSDB, concorrendo neste caso como vice. A base do partido, segundo o presidente Pantera de acordo com pesquisas feitas, quer que o PP concorra com candidato próprio ao governo. Este assunto e o pós-julgamento de Lula na última quarta-feira pelo TRF-4 estão na agenda de segunda-feira. O partido também começa a olhar para o horizonte das próximas eleições municipais.

